Evasão dificulta avanços na educação
Estudo sobre a situação da educação no Brasil divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na última semana, mostra que somente o acesso à educação não é o suficiente para se chegar à universalização do ensino fundamental. Além de facilitar a entrada dos alunos nas escolas, é preciso que as políticas públicas estejam direcionadas à finalização dos anos escolares.
De acordo com a pesquisa, em todo o País, 87, 6% dos alunos concluem a quarta série do ensino fundamental, mas a taxa cai para 53, 8% na conclusão da oitava série. Para a secretária de Finanças da CNTE e vice-presidente da Internacional da Educação, Juçara Dutra Vieira, existem fatores pedagógicos e sociais que influenciam nessa situação. “Nós ainda temos um grande problema que é a falta de vagas na educação infantil, que é mais cara porque exige um número menor de crianças no espaço tanto da sala de aula como da recreação. Então isso atua como um fator que prejudica a evolução dos estudos das crianças”, afirma.
Outro motivo que Juçara destaca para a queda da taxa da conclusão do ensino fundamental, refere-se ao atraso da idade das crianças com relação às séries em que estão matriculadas. Segundo a Secretária, é preciso mais do que ampliar a educação básica brasileira: é necessário que se corrija a distorção entre idade e série, porque as escolas têm muitas crianças com idade para estar no ensino médio e que ainda estão no ensino fundamental.
Para tentar mudar tal realidade, há um projeto que tramita no Congresso Nacional que pretende mudar a faixa etária da obrigatoriedade escolar dos 6 aos 14 anos para 4 aos 17. “Essa é uma iniciativa do Executivo e foi objeto de discussão na Conferência Nacional de Educação. A CNTE participou ativamente desse debate porque entende que ao expandir a escolaridade as crianças também são pré-destinadas a um sucesso escolar para conseguirem passar por aquele estágio de socialização que representa a educação infantil e o preparo para o ingresso no ensino fundamental”, acrescenta Juçara.
De acordo com a Secretária, os maiores problemas de conclusão do ensino fundamental estão situados nas regiões Norte e Nordeste, por dificuldades de locomoção e fatores de ordem socioeconômica. Entretanto ela ressalta que o Brasil deve se esforçar para que todas as regiões trabalhem para garantir o direito à educação básica às crianças.
Com informações do site da CNTE