Eu só disse meu nome em lançamento na livraria Circulares em 21 de maio

Na próxima terça-feira (21/5), às 19h, a Livraria Circulares (CLN 113, bloco A, Asa Norte) recebe Camilo Vanucchi para a noite de autógrafos de seu livro Eu só disse meu nome.

Publicado pela Editora Discurso Direto e pelo Instituto Vladimir Herzog, “Eu só disse meu nome” conta a história de Alexandre Vannucchi Leme, estudante de Geologia de 22 anos que atuava no movimento estudantil na USP e na ALN quando foi torturado até a morte no DOI-Codi de SP, sob o comando do major Carlos Alberto Brilhante Ustra, em 1973.

Cinquenta anos após sua morte, a história de Alexandre é contada por seu primo de segundo grau, Camilo Vannuchi. Jornalista e escritor especializado em direitos humanos, autor de livros-reportagens como “Vala de Perus, uma biografia”, editado pela Alameda Editorial e pelo Instituto Vladimir Herzog e finalista no Prêmio Jabuti de literatura em 2021, Camilo foi membro e relator da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo. É professor de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e secretário de Cultura de Diadema (SP).

Aluno aplicado, primeiro colocado no vestibular, Alexandre atuava no movimento estudantil e elaborava panfletos para denunciar violações de direitos e defender a volta da democracia. Um ano antes de ser preso, aproximou-se da Ação Libertadora Nacional, organização que havia sido liderada por Carlos Marighella, e passou a apoiá-la no ambiente universitário. Foi morto no segundo dia de torturas, em 17 de março de 1973, vitimado por uma hemorragia interna, ainda se recuperando de uma cirurgia de remoção do apêndice, feita no final de janeiro.

Dom Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, decidiu realizar uma missa de sétimo dia na Catedral da Sé. Denunciou publicamente a versão falsa de atropelamento, divulgada pela repressão. A homenagem se tornou a primeira grande manifestação popular de repúdio à ditadura e de denúncia da tortura desde o início do governo Medici, o mais truculento daquele período.