Estudar faz você crescer, não importa a idade

O Sinpro inicia hoje mais uma campanha pela Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com a campanha “Estudar faz você crescer, não importa a idade”, o Sinpro pretende incentivar os egressos da EJA a retomarem os estudos, e lembrar que o estudo abre as portas das oportunidades de emprego e de trabalho, para mudar para melhor, e progredir.

Se você atua na modalidade e tem histórias de estudantes da EJA que voltaram a estudar e estão felizes e orgulhosos de seu esforço, ou então quem conseguiu novas oportunidades após retomarem os estudos, envie a história para o e-mail imprensa@sinprodf.org.br.

 

Inscrições abertas na SEE-DF

A Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEE-DF) abriu o período de campanha para as inscrições da EJA para o primeiro semestre de 2023, pelo telefone 156. O período começou no dia 2/11 e vai até o dia 14/11. Após a inscrição, serão divulgados os resultados, previstos para o dia 20/12/2022, a partir das 18h. A matrícula propriamente dita na modalidade de jovens e adultos ocorre entre os dias 3 e 10 de janeiro de 2023.

O Sinpro orienta os(as) interessados(as) a fazerem a matrícula nesse período, pois é uma forma de a SEE-DF se organizar a partir da demanda apresentada. É importante lembrar, no entanto, que a EJA é a única modalidade cuja matrícula pode ocorrer a qualquer momento do ano letivo.

A EJA foi uma das modalidades cuja evasão escolar se aprofundou ainda mais com a pandemia de COVID-19. “A pandemia afastou muitos estudantes, pois eles não têm a mesma facilidade de usar os recursos tecnológicos, seja por não terem acesso, seja por não saberem manusear os aparelhos. Além disso, eles não tinham tempo disponível para acompanhar o ensino remoto. Precisaram aumentar sua jornada de trabalho para terem comida em casa”, diz Mônica Caldeira, diretora na Secretaria de Mulheres do Sinpro.

A doutora Dorisdei Valente Rodrigues, coordenadora do Grupo de Trabalho Pró-Alfabetização do Fórum de Educação de Jovens e Adultos no Distrito Federal (GTPA/DF) e Doutora em Tecnologias de Educação pela UnB, lembra uma série de ações que o GDF precisa adotar para incentivar a EJA no Distrito Federal. “Basta cumprir o PDE”, explica.

As metas 8, 9, 10 e 11 servem (ou deveriam servir) de horizonte para o trabalho de planejamento da Secretaria de Educação. Lá estão previstos:

– A garantia e o monitoramento de acesso de estudantes da EJA,

– Consolidação da EJA de forma integrada à educação profissional na rede pública de ensino

– Gestão pedagógica e administrativa da EJA,

– Construção de centros de educação de jovens, adultos e idosos trabalhadores,

– Elevação da taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 99,5% até 2018,

– Oferta de ensino público à população encarcerada,

– Triplicação das matrículas da educação profissional técnica de nível médio

A doutora Dorisdei também lembra que, para que o público-alvo da EJA saiba da disponibilidade das matrículas, e se sinta interessado e motivado a se inscrever nos cursos, também seria válido que o GDF fizesse uma divulgação mais eficaz, colando cartazes em hospitais, igrejas, postos de saúde, feiras e outros locais frequentados por estudantes evadidos das salas de aulas

Infelizmente não é esse o movimento que se percebe do GDF. Se em 2018 Ibaneis Rocha prometia “erradicar o analfabetismo de adultos”, a prática do atual (e próximo) governo do Distrito Federal é de desmonte. A quantidade de turmas de EJA é cada vez menor, com cada vez menos unidades escolares ofertando a modalidade. Em algumas escolas, as turmas estão sendo multisseriadas. Fica evidente que a “estratégia” do governo é dificultar para inviabilizar e, assim, aumentar ainda mais a evasão escolar dos jovens e adultos. Turmas que precisariam estar espalhadas por diversas áreas do DF estão concentradas – e nos locais errados. É necessário, portanto, que o governo se empenhe a fazer a coisa certa, que está mais do que descrita e explicada no PDE.

“Se você conhece alguém que não concluiu a escolarização no tempo e idade correta, avise a essa pessoa que tem vaga na escola mais próxima para ela concluir os estudos. Uma das formas de melhorarmos as condições do país é garantir alta escolaridade a toda a população”, lembra Claudio Antunes, diretor do Sinpro.

Ainda há 66 mil analfabetos no Distrito Federal (dados do IBGE). Desse total, metade têm mais de 60 anos. Quando se aplica o filtro de gênero e raça nesses dados, a desigualdade social brasileira berra: mulheres, idosos, pretos, pardos, indígenas são os mais prejudicados com a falta de planejamento e de oferta de EJA. E se 6,3% dos homens do Distrito Federal com mais de 60 anos são analfabetos, entre as mulheres esse índice salta para 10,6% do segmento populacional. Dados do IBGE. São os segmentos da população que, historicamente, vêm sofrendo com a falta (de oportunidades) de estudos ao longo dos séculos no país.

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