Estudantes da EP 308 Sul usam tato para aprender artes visuais

Os mais de 700 estudantes da Escola Parque 308 Sul interagiram com exposição de artes visuais tátil que apresentou em relevos e texturas obras clássicas, como o Beijo, de Gustav Klimt, Medusa, de Caravaggio, e O Grito, de Edvard Munch. A atividade dialogou com o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, lembrado em 21 de setembro.

 

 

“Nenhum dos nossos estudantes tem deficiência visual. Nosso objetivo foi trabalhar o desenvolvimento sensorial e cognitivo, além de valores sociais, como inclusão e respeito à diversidade”, explica o professor doutor de Artes Visuais Cleber Cardoso Xavier, que teve a iniciativa de levar a exposição à Escola Parque.

Ele explica que, ao participar de uma exposição tátil, as crianças sem cegueira são “incentivadas a explorar o mundo de forma diferente” e, ao mesmo tempo, tendem a se tornarem pessoas com maior empatia e compreensão das necessidades e desafios enfrentados por quem tem cegueira.

 

Da direita para esquerda: Ana Bonina, diretora do Sinpro; Solange Buosi, diretora do Sinpro; Cleber Cardoso Xavier, prof. dr. de Artes Visuais da EP 308 Sul; Thérèse Hofmann, prof. dra. de Artes Visuais da UnB

 

As mais de 20 obras expostas foram desenvolvidas por estudantes de licenciatura em Artes Visuais da Universidade de Brasília (UnB), alunos e alunas da professora doutora Thérèse Hofmann.

“Vários estudantes de licenciatura em Artes Visuais da UnB, que serão futuros professores e professoras, estiveram presentes na exposição, conversando com as crianças, explicando o processo. Acaba sendo uma formação, essencial para que a educação seja, de fato, um instrumento de transformação da sociedade”, avalia a diretora do Sinpro Ana Bonina, que participou da exposição na Escola Parque da 308 Sul.

 

 

Já a diretora do Sindicato Solange Buosi analisa que iniciativas como a do professor Cleber Xavier devem ser reproduzidas em todas as unidades escolares da rede pública de ensino. “A promoção da inclusão envolve, necessariamente, pessoas sem deficiência. Isso porque, para que o mundo seja inclusivo, é necessário que haja uma mudança de mentalidade coletiva, e isso se faz também a partir da experiência, da troca de conhecimentos”, justifica.