Estrutura que coloca a segurança em jogo

Para um ensino de qualidade, um pilar importante é a estrutura física, diretamente associada ao bom desempenho escolar e imprescindível para garantir a segurança durante as aulas. Mas a precariedade acompanha a educação pública no Distrito Federal há muito t empo. Um exemplo preocupante disso ocorreu na última sexta-feira.
 
Na Escola Classe 619 de Samambaia Norte, um aluno se feriu depois que uma tabela de basquete caiu sobre ele durante a aula de Educação Física. O acidente acendeu o debate sobre as condições das quadras esportivas da escolas públicas da capital federal. O Jornal de Brasília percorreu algumas unidades e encontrou um cenário desolador.
 
A infraestrutura da maioria das escolas está longe de ser considerada razoável. Segundo especialistas, esse fator pode comprometer diretamente
o processo de aprendizagem. Muitas escolas apresentam quadras sem re forma, com equipamentos insuficientes ou extremamente defasados, que oferecem sérios riscos aos alunos.
 
Outras, no entanto, sequer têmquadras esportivas e muitos professores são obrigados a se desdobrar para ministrar a disciplina de Educação Física, obrigatória no currículo escolar.
 
SUSTO
Era para ser mais uma aula de Educação Física no CentroEducacional 619. Contudo, a falta de manutenção da quadra de esportes por pouco não provocou amorte do alunoAdriano Medeiros de Almeida, 17 anos. Ojovem teve a boca, o olho esquerdo e parte do rosto atingidos pela tabela de basquete. Com o acidente, o jovem perdeu trêsdentes superiores. Os inferiores ficaram deformados. Segundo Adriano, no momento em que a tabela caiu em suas costas,o medo da morte tomou conta deseus pensamentos. “Eu estava jogando futebol, aí eu segurei lá (na tabela), mas não imaginava que ia cair. Aí, na hora em que eu segurei, onegócio caiu em cima das minhas costas. Tive muito medo da morte. Só pensava nisso”, relembra o estudante, ainda impressionado com o que passou.
 
SEM AMPARO
Diante do ocorrido, a família alega não ter recebido amparo do governo. “Achei que ele estivesse em segurança dentro da escola, mas pelo visto estava errada”, afirma a avó do garoto, a auxiliar de serviços gerais Maria de Fátima Quirino, que completa: “Fiquei desesperada quando vi o estado em que ele se encontrava. Além disso, foi muito difícil arcar com todas as despesas. Não recebi auxílio para comprar remédios e muito menos para os exames”, denuncia