“Estou muito feliz de estar tocando no aniversário do Sinpro”, diz Arnaldo Antunes

arnaldo_antunesA comemoração do 37º aniversário do Sinpro-DF agitou a Praça das Flores no Parque da Cidade. E o agito começou na sexta-feira (11), durante a passagem de som do cantor Arnaldo Antunes. Ele deu entrevista para o site do sindicato. “Estou muito feliz de estar tocando numa comemoração do aniversário do Sindicato dos Professores do Distrito Federal. Estou dando meu apoio para que a gente tenha um ensino cada vez mais valorizado”, disse ele.
Apesar do tempo fechado, a festa ocorreu neste sábado (12) com toda animação no Parque da Cidade. A Praça das Fontes, situada perto do Estacionamento 9, inaugurou um novo modo de comemoração do aniversário do Sinpro-DF: aberta ao público da capital do país. Geralmente, essa festa é realizada apenas para a categoria, em ambiente fechado.
A dupla sertaneja Bonni & Belluco foi a primeira a se apresentar. Em seguida, o público pôde ver de graça e dançar ao som da Pato Fu, Arnaldo Antunes e Beth Carvalho. Durante a festa, houve vários tipos de comidinhas e bebidas nos Foods Trucks.
Apaixonado por shows, Arnaldo Antunes diz que, muitas vezes, “gravo disco só para poder fazer show. Ainda mais quando é de graça em espaço público. Aí são os shows mais vibrantes, mais quentes, porque são as pessoas que vão com sede já que não podem pagar um ingresso quando é um show num teatro, numa casa noturna e aí quando tem um show de graça elas vão lá e pode ver e isso é muito vibrante, é muito bom”.
Ele acredita na educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Na opinião dele, tem de haver investimento nas escolas públicas. “Houve um tempo em que a escola pública era a melhor. O ensino público é melhor para o futuro de um país. Podia começar já pagando melhor os(as) professores(as), aumentando os salários, porque é uma classe, talvez, a mais importante para a gente pensar o futuro do país, mas é a mais desvalorizada”.
O músico, compositor, ator, poeta, escritor, Arnaldo Antunes acredita que cultura é civilizatória e que ela faz parte da educação. “As pessoas terem acesso à cultura é uma coisa básica, primária, de qualquer sistema de educação. Acho que é formadora das pessoas. Isso em todas as áreas: na música, nas artes plásticas, no cinema. A cultura acaba, de certa forma, civilizando as pessoas”, afirma.
Ele declara também que a cultura aliada à educação pode contribuir para o Brasil reduzir a criminalidade entre a juventude. “Se a gente acredita em alguma alternativa para a violência, por exemplo, a gente tem de acreditar em educação e cultura, principalmente, porque não é pondo mais polícia que se vai acabar com a violência. Se os jovens da periferia ou dos morros que não têm a opção de lazer, de emprego, educação, etc., se tivessem alternativas, muitos deles, tenho certeza, não seriam seduzidos para a criminalidade”.
Para ele, o futuro da música popular brasileira engloba muita coisa e boa parte dessas coisas existem graças à diversidade cultural do país. “A grande riqueza da cultura brasileira é a diversidade. Qualquer manifestação expressiva tem o seu direito de se revelar, tem de ter o seu espaço e a convivência com as diferenças é que é a grande riqueza que a gente tem”, analisa.
Ele acha que é preciso saber apreciar as diferentes formas de manifestações culturais. “Não gosto dessa coisa das pessoas dizerem que gosta só do Funk, só Hip Hop, só de Rock, só da MPB, só do Samba. Acho que a riqueza musical do Brasil é uma coisa a ser aproveitada integralmente. Tem tanta coisa ainda desconhecida, na verdade, que a gente quer que os meios de comunicação cada vez mais divulguem uma produção que acaba ficando mais obscurecida. Hoje em dia a gente tem internet, que é um veículo de divulgação muito poderoso para as coisas que não estão aparecendo na TV e no rádio. Então de qualquer forma quem quiser procurar as coisas que interessam encontrar”.
Foto: Deva Garcia