Esplanada volta a ser palco de protestos contra Jair Bolsonaro neste sábado (2)

Ruas cheias e redes sociais lotadas com manifestantes, neste sábado (2), contra o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL). Desde as primeiras horas deste sábado, o povo foi para as ruas de mais de 300 cidades no Brasil e no exterior. As passeatas marcam mais um dia nacional e internacional pelo impeachment do presidente da República e contra todas as medidas neoliberais que estão destruindo a soberania do Brasil e a qualidade de vida da população.

 

O protesto era, marcadamente, contra a fome que atinge um em cada quatro brasileiros; a carestia com a inflação em mais de 10%; o desemprego que atinge mais de 15 milhões de pessoas e há mais de 6 milhões de desalentados, ou seja, pessoas que não conseguiram emprego e desistiram de procurar; a falta de direitos a 76 milhões de trabalhadoras e trabalhadoras; o negacionismo para favorecer o “negocionismo” com dinheiro público no combate à covid-19, o que matou mais de 600 mil; a falta de ações concretas para evitar as queimadas na Amazônia e no Pantanal; os aumentos nas tarifas de energia e nos combustíveis; os ataques à democracia.

 

“Motivo é o que não falta para exigirmos o impeachment de Bolsonaro. Só a educação perdeu, no governo dele, mais de R$ 1 bilhão e 200 milhões de recursos financeiros públicos. Em menos de 2 anos de mandato, Bolsonaro conseguiu pôr 19 milhões de brasileiros na miséria e 15 milhões no desemprego. Isso é a política neoliberal, um modelo de economia excludente, criado para enriquecer empresários muito ricos, banqueiros e rentistas. E vai piorar se o Congresso Nacional aprovar a PEC 32/202, da reforma administrativa, porque além de pagar os impostos, o brasileiro terá de pagar pelos serviços que hoje são públicos e gratuitos”, alerta Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF.

 

Durante a concentração, realizada no espaço do Museu Nacional da República, o Sinpro-DF realizou uma apresentação musical e artística intitulada “Cirandar com Paulo Freire no Fora Bolsonaro”, em homenagem ao Patrono da Educação Brasileira. Na caminhada até o Congresso Nacional, a Esplanada dos Ministérios se tornou, também, e mais uma vez, o palco da luta de classe contra a corrupção e os maus governos.

 

“O estrago que Bolsonaro vem fazendo no Brasil prejudica 99% na população. O 1% que não é beneficiado com essa política de desmonte, de Estado mínimo, são os ricos: aqueles que ganham mais de R$ 68 mil por mês”, denuncia Rodrigo Rodrigues, presidente da Central Única dos Trabalhadores no Distrito Federal (CUT-DF), uma das entidades organizadoras do protesto.

 

O sindicalista afirma que “todo mundo que depende de salário, que tem patrão ou que tem um negócio, mas precisa se dedicar diariamente a ele para poder sobreviver, está sendo prejudicado com a alta dos preços, o ataque aos serviços públicos, a privatização das estatais. Essa consciência de classe deve ser urgente para que a gente dê jeito no Brasil”.

 

Nas redes sociais, a hashtag #2OUTForaBolsonaro marcou o ato público popular. As pessoas também foram para as redes protestar. Os organizadores – CUT, demais centrais, frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, que integram a Campanha Nacional Fora Bolsonaro  –  afirmam que manifestações de massa, como a deste sábado, estão sendo realizadas desde maio deste ano e tem levado milhões de pessoas às ruas.

 

Em São Paulo, por exemplo, a manifestação lotou a Avenida Paulista. O presidente da CUT Brasil, Sérgio Nobre, anunciou novos protestos. O próximo está previsto para ocorrer no dia 15 de novembro. Confira as imagens do protesto em Brasília-DF.