Escola Parque Anísio Teixeira encerra semestre com festival e auditório lotado

 

Trinta dias de imersão total nas artes e cultura com casa lotada em todos os dias. Foi assim o fim do semestre na Escola Parque Anísio Teixeira (EPAT) de Ceilândia. Entre 1º de novembro e 3 de dezembro, estudantes e professores(as) apresentaram ao público do Distrito Federal o resultado das oficinas de artes plásticas, dança, música e teatro, que integram o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola.

A escola faz jus ao nome de Anísio Teixeira, no fim deste semestre, manteve o auditório lotado com espectadores interessados em prestigiar as apresentações artísticas do Festival da Escola Parque Anísio Teixeira (FEPAT). Esse festival é a culminância dos projetos pedagógicos das artes desenvolvidas na escola. Este é o oitavo ano em que a escola apresenta atividades artísticas como resultado dessa ação pedagógica.

Para os professores(as), o sucesso se deve à dedicação da comunidade escolar: professores(as), estudantes e servidores(as). A prova do sucesso está patenteada no encerramento deste semestre: auditório cheio em todas as apresentações. Todas as apresentações ocorrem dentro da escola, que tem todos espaços e instrumentos necessários para o desenvolvimento e as apresentações finais das artes e dos esportes.

Importante destacar que o ano letivo da EPAT é diferente porque é semestral. Assim, em junho/julho, a escola finaliza um PPP; e, em novembro/dezembro, outro. Por isso o Festival da Escola Parque Anísio Teixeira (FEPAT) é o encerramento do PPP do segundo semestre. O festival, segundo informações da escola, é uma atividade que ocorre desde 2015 como projeto pedagógico de encerramento do semestre.

 

Festival da Escola Parque Anísio Teixeira (FEPAT)

 

O FEPAT é a culminância do projeto pedagógico das oficinas de artes. Ocorre durante um mês inteiro porque dedica uma semana para cada modalidade de oficina: Mostra de Teatro, Semana da Música, Exposição de Artes e Festival de Dança. O evento de dança finaliza o processo e ele ocorre em apenas um dia. “Toda a produção é feita durante o semestre. As culminâncias ocorrem no último mês do semestre e isso se repete desde 2015. A escola foi inaugurada em 2014”, explica a professora e coordenadora de artes, Melissa Naves.

 

Teatro e Exposição de Arte

 

 

A novidade da edição do FEPAT 2022 é que os resultados revelam uma sequência de melhorias na qualidade dos trabalhos ano após ano. Na avaliação do público e da comunidade escolar, os projetos e suas culminâncias estão cada vez mais bem produzidos. Este ano, os eventos começaram nos dias 16, 17 e 18 de novembro, com o EPAT em Cena – apresentações das peças de teatro — e com a Exposição de Artes Plásticas — aberta ao público na Galeria de Arte da escola.

A Exposição de Artes Plásticas fica montada durante um mês. Ou seja, no decurso de 30 dias, quando ocorrem todos os eventos finais, a exposição fica fixa na galeria da escola. A EPAT se tornou o espaço essencial de revelação de artistas e desportistas brasilienses. Em menos de uma década de atuação, já acumula um histórico de estudantes que saíram de lá direto para universidades a fim de cursarem artes plásticas, teatro, música ou dança e também para os esportes.

A oficina de teatro realiza três eventos no semestre: Festa Junina – uma festa totalmente diferente da tradicional porque é totalmente artística, com apresentações de teatro, música, dança, artes. Outro evento é a Mostra de Teatro. Ambos, fazem parte da culminância do PPP do primeiro semestre. No segundo semestre, o teatro realiza o EPAT em Cena, que faz parte do FEPAT.

“São três dias de mostra. A gente tem os(as) estudantes em turno contrário à escola regular por dois ou três dias da semana, segunda e quarta;  terça e quinta; ou na somente na sexta-feira. A gente atende separadamente”, informa Melissa.

 

Dança e música

O encerramento ocorreu no dia 3 de dezembro com a apresentação de dança. O evento também lotou o ginásio da escola. “A gente conseguiu colocar dentro do nosso ginásio mais de 1.500 pessoas no dia da apresentação da dança”, conta Mel, como é carinhosamente chamada pela comunidade escolar.

 

Na música, todos os professores da área  se envolvem no Festival de Música. Cada dia da semana tem uma ou duas apresentações. As fotos apresentadas nesta matéria são apenas do Canto Coral, mas, no Instagram da atividade, há imagens das apresentações de violino, teclado, guitarra, dentre outros. Cada dia da semana há pelo menos uma apresentação de uma das oficinas.

 

EPATalento

A escola tem um projeto denominado EPATalento. Nesse projeto, professores(as) escolhem um(a) estudante que tenha uma produção  grande e faz uma exposição somente desse(a) estudante. A última foi a exposição de Geovanna Rodrigues (encarte). “Ela expôs aqui na escola e os trabalhos dela são maravilhosos. É estudante do Ensino Médio da rede pública do DF. Talentosíssima. Aqui, eles e elas passam o semestre inteiro produzindo e, no fim, é feita a exposição”, explica a professora.

 

 

Peças autorais

Segundo Melissa, o festival produz muitas peças autorais. “É muito bacana, geralmente, são peças autorais que os(as) próprios(as) professores(as) criam juntamente com os(as) estudantes. Trata-se de uma criação coletiva. Nesta última mostra, a gente a apresentou trabalhos autorais na Semana da Consciência Negra. A peça autoral intitulada “O pequeno manual antirracista” foi baseada na obra da escritora Djamila Ribeiro. O sucesso foi tão grande que tivemos de apresentá-la em duas sessões e, nas duas vezes, o nosso auditório lotou. Foi uma apresentação linda”, atesta a professora.

 

 

Resultado pedagógico e fábrica de talentos

O resultado desse trabalho é que muitos estudantes descobrem sua aptidão, sua profissão e o caminho que irá seguir na idade adulta. Muitos já saíram da EPAT direto para o Instituto de Artes (IdA) ou para o Departamento de Música da Universidade de Brasília (UnB) ou, ainda, para a Escola de Música de Brasília (EMB) e para outras universidades País afora. Muitos descobriram seus talentos e, outros, consolidaram sua identidade com a música ou com outro tipo de arte oferecido na EPAT. Nos esportes ocorre o mesmo.

É o caso da oficina de teatro: vários(as) estudantes que passaram pela EPAT estão, hoje, cursando artes cênicas na UnB, na Universidade Federal de Goiás (UFG). Muitos(as) estão também cursando dança no Instituto Federal de Brasília (IFB).

 

Todos os espetáculos e apresentações estão registrados nas redes digitais da EPAT e podem ser conferidos no Instagram EPAT 2022 Oficial: @epatoficial2022. No Instagram, é possível ver vídeos e fotos.  Os resultados têm sido tão excelentes que, além de se revelar uma fábrica de talentos, têm aberto as portas da unidade para outras experiências artísticas. Daí que outro resultado positivo das atividades é que, a partir de 2023, a escola irá oferecer oficinas de audiovisual cuja culminância prevista será o Festival de Curtas.

 

Festival de Curtas

O Festival de Curtas é o novo projeto de grande porte que a EPAT vai oferecer a partir de 2023. O projeto conta com emendas do deputado distrital Fábio Félix (PSOL) para ser implantado no ano que vem. Vários projetos de outras escolas também foram contemplados com esse recurso financeiro. Segundo Mel, esse projeto fará também um diferencial porque terá interdisciplinaridade e parceria com o teatro, artes plásticas e tecnologia e cultura. O Festival de Curtas será a novidade próximo ano.

 

Temas e liberdade

Todo semestre a escola escolhe um tema para nortear os seus trabalhos, como, por exemplo, “Mulher”, “Corrupção”, “Diversidade”, “Superação”, dentre outros. “O deste semestre, que a gente acabou repetindo durante o ano todo, foi ‘Cultura’. O espetáculo de dança, por exemplo, teve o tema ‘Ícones da Música’. Assim, todo o trabalho, como as coreografias, é desenvolvido pelas professoras juntamente com os(as) estudantes. São quatro professoras de dança e, ao todo, 320 estudantes se apresentaram no Festival de Dança deste semestre “, diz Mel.

Ela assegura que os eventos da EPAT é resultado do trabalho coletivo desenvolvido no semestre com base em um tema que a equipe escolhe. A escola faz jus ao nome do educador Anísio Teixeira e, por meio das artes e dos esportes, a escola consegue construir conhecimento e cidadania com pensamento crítico, comprometimento e responsabilidade entre seus mais de 2 mil alunos. E inspirada no educador Paulo Freire, a escola realiza tudo dentro da “pedagogia da liberdade”.

“Tudo é de muita qualidade porque estudantes e professores(as) são muito comprometidos(as): estão aqui porque querem estar e porque gostam. Aqui, eles e elas desenvolvem o senso crítico,  a responsabilidade, o comprometimento. Vários relatos de estudantes, que podem ser acompanhados no Instagram, mostram que eles e elas foram totalmente modificados quando entraram na escola”, defende.

Ela conta que uma das principais características da EPAT é o fato de os(as) estudantes desenvolverem, com muita rapidez, o senso de responsabilidade e comprometimento com o que faz. “E isso eles levam para onde vão. Vários diretores e diretoras de várias escolas que atendem a estudantes da Escola Parque já relataram para a gente que, no atendimento aos(às) estudantes que frequentam a EPAT, percebem que eles(as) são diferenciados, que são mais compromissados.

O Instagram da escola é o local em que se tem uma boa noção do que acontece lá dentro. Há muitos relatos de estudantes sobre o que sentem quando estão na escola. E tudo é feito dentro da escola. “Nosso espaço é bem grande e tudo feito aqui dentro mesmo”, informa Mel.

 

Um pouco de história

 

 

A EPAT oferta cursos semestrais. No segundo semestre de 2022, iniciou seu período letivo com mais de 2.100 vagas preenchidas. A escola oferta disciplinas no formato de oficinas de Artes Plásticas, Basquete, Boxe, Muay Thai, Canto Coral, Fitness, Futsal, Dança, Ginástica Rítmica, Guitarra, Natação Jiu Jitsu, Teatro, Tecnologia e Cultura, Tênis de Quadra, Tênis de Mesa, Violão, Vôlei, Violino e Xadrez.

Há quatro grandes áreas de cobertura: Artes; Dança; Esportes; e Música. Todas essas áreas produzem eventos na escola. Na educação física, acontece o projeto JEEPAT – Jogos Escolares da Escola Parque Anísio Teixeira; o Circuito Aberto de Xadrez, que conta com a participação de estudantes de várias escolas; Festival de Ginástica Rítmica; a Copa EPAT. Há também outros eventos, como o Campeonato de Natação; o Folhas Secas (tênis de quadra), e de outras modalidades com tamanho menores. Todos são de grande importância.

Na parte artística, além da famosa e grande Festa Junina, há também uma Exposição de Artes, que também é itinerante. “A escola já expos no SESC de Ceilândia, na Regional de Ensino e na Administração Regional. São trabalhos dos(as) estudantes de Artes Plásticas que circulam por outros espaços”, informa a coordenadora de artes.

Nas Artes Cênicas, a escola apresenta os projetos Mostra de Teatro e o EPAT em Cena; e há ainda a produção de curtas, no campo do audiovisual/cinema, cuja produção foi iniciada por causa das necessidades acadêmico-pedagógicas que surgiram neste tempo de isolamento e distanciamento sociais por causa da pandemia da covid-19.

Na dança, além da Festa Junina, há o Festival de Dança, que ocorre no fim do ano. Na música, há dois projetos: os Recitais de Inverno, que constituem a finalização do PPP do primeiro semestre; e a Semana da Música, encerramento do PPP do segundo semestre e que ocorre durante o FEPAT.

Como a escola é semestral, em todo fim de semestre – junho e julho; novembro e dezembro – acontecem as culminâncias dos projetos. No meio do ano, os destaques são a Festa Junina e o JEEPAT e, no segundo semestre, a culminância ocorre no FEPAT –  com teatro, artes plásticas, música e dança – e a Copa EPAT, do setor de esportes da escola. Essas são as atividades mais fortes da instituição, além de torneios e campeonatos individuais de cada oficina.

A escola atende a estudantes do Ensino Fundamental – do 6º Ano – e do Ensino Médio de toda a rede pública de ensino do Distrito Federal. Melissa Naves diz ainda diz que qualquer estudante que queira se matricular pode chegar à secretaria da unidade e pleitear a vaga. Porém, a partir do próximo ano, a escola iniciará a implantação da rede integradora e atenderá a estudantes de algumas escolas da rede pública de Ceilândia. “Os estudantes de Taguatinga, infelizmente, ficarão de fora do novo projeto”, afirma.

“Há 8 anos esses eventos acontecem na escola, desde que ela foi inaugurada, em 2014. Eles têm crescido a cada ano pela qualidade do trabalho. Aqui na escola, a equipe de professores(as), orientadores(as) educacionais e gestores(as) tem de dar um trabalho de muita eficiência porque os(as) estudantes não são obrigados(as) a virem. Eles e elas fazem por amor, por prazer. Assim, quem vem e faz a matrícula permanece na escola por causa da alta qualidade do trabalho. Se o trabalho não for de excelência, os(as) estudantes acabam evadindo”, destaca a professora Mel.

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