Escola militarizada não impede briga entre estudantes

Um vídeo com o registro de uma briga entre estudantes no interior do Centro Educacional (CED) 03, de Sobradinho, foi enviado ao Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), nesta quinta-feira (29), para mostrar como a escola militarizada não resolve os problemas de indisciplina entre adolescentes.

A Imprensa do sindicato investigou e confirmou que o vídeo-denúncia, apresentado no final desta matéria, é verídico e se trata do registro de uma briga entre estudantes no interior do CED 03 de Sobradinho, uma das primeiras escolas que sofreu intervenção militar no início deste ano.

Desde que o governo Ibaneis adotou a militarização como forma de gestão pública das escolas, a rotina do Sinpro-DF passou a ser esta, de receber denúncias anônimas de gestões ineficazes, opressão e ações de total falta de pedagogia dentro das escolas militarizadas.

O retrocesso na política educacional é revelado por estudantes, professores e orientadores educacionais,os quais não querem se identificar por medo de represálias. Passaram, por isso, a denunciar o fracasso da chamada “gestão compartilhada”.

A diretoria colegiada do sindicato mostra que esse tipo de gestão interventora é fracassada porque, diferentemente do que ocorria antes, quando os problemas de relacionamento eram administrados e resolvidos pela Orientação Educacional por meio da mediação de conflitos, com a intervenção militar passaram a ser tratados como caso de polícia.

O resultado disso é o prejuízo do estudante, da família dele, do magistério e da escola pública porque, com receio de retaliação, a comunidade escolar deixou de resolver os conflitos de forma humanizada porque o ambiente escolar deixou de ser civil.

Outro aspecto grave dessa negligência do GDF é que, ao empurrar a militarização, obriga a escola pública a abandonar competências inerentes a sua função no magistério, como a de mediar conflitos por meio de uma abordagem pedagógica, psicossocial e psicoeducacional para ter de se sujeitar e se esconder atrás de denúncias anônimas, numa tentativa desesperadora de resolver problemas naturais dos seres humanos, como é o caso do conflito e do embate físico entre adolescentes.

O sindicato  orienta a toda a comunidade escolar das unidades militarizadas a continuarem denunciando situações como essa e outras que venham a presenciar com as quais se sintam ameaçados nas suas liberdades individuais e democráticas e no seu direito à educação pública e gratuita de qualidade, bem como a doutrinação e a ideologização impostas pelos adeptos da Lei da Mordaça (Escola sem Partido).

O Sinpro-DF orienta também professores, estudantes e orientadores educacionais a denunciarem outras formas de imposições, opressões, repressões, abuso de poder entre outros crimes que venham a ocorrer dentro das escolas militarizadas.

Nesta denúncia anônima enviada por vídeo (no final desta matéria), o denunciante afirma que, muitas vezes, são repreendidos e recebem ordens absurdas  dos policiais militares mesmo sem terem acesso a nenhum tipo de regramento.

Confira, a seguir, o diálogo nas redes sociais sobre esse episódio e, após os diálogos, veja o vídeo-denúncia da briga.

Confira o vídeo anônimo em breve.