Escola do Riacho Fundo rumo ao lixo zero

Parceria entre o SLU e agência japonesa visa estimular a educação ambiental nas escolas do GDF; CED Agrourbano Ipê, no Riacho Fundo II, é o pioneiro

 

Junte 220 Kg de lixo que sua escola descartou ao longo de duas semanas. Separe tudo semanalmente, entre orgânicos, papel, plástico, metal, vidro e o que, de fato, é dejeto. Calcule o peso de cada tipo de descarte, obtenha o percentual de cada tipo de descarte em seu lixo e compare com os resultados da outra semana.

A este processo dá-se o nome de gravimetria. Isso foi realizado pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do GDF entre os dias 13 e 24 de setembro no Centro Educacional (CED) Agrourbano Ipê, no Riacho Fundo II. A gravimetria do lixo do CED Agrourbano Ipê faz parte do projeto piloto de educação ambiental do SLU desenvolvido em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).

O projeto começou em 2019, com o treinamento de servidores do SLU no Japão, em curso sobre gestão de lixos sólidos, para aplicação em terras candangas.

O CED Agrourbano Ipê foi escolhido por já ser pioneiro em trabalhos com educação ambiental e sustentabilidade. Começou a ser implementado em 2020, mas foi paralisado por conta da pandemia e da suspensão das aulas presenciais. Com o retorno destas, o projeto foi retomado, e em setembro iniciou-se a gravimetria.

O professor  da SEEDF Leonardo Teruyuki Hatano, que leciona ciências nas turmas finais do EFII e biologia no ensino médio, é a definição de empolgação com os resultados desse trabalho: “O projeto Lixo Zero será uma ferramenta pedagógica incrível para nossa escola. Eu que sou da Biologia, posso trabalhar muitos conteúdos, e outros professores de outras disciplinas também, matemática, geografia, história, química…”

Hatano explica que a JICA forneceu todo o equipamento para a implementação do projeto e irá financiar todo o projeto. “A meta é processar todo o resíduo orgânico na escola, transformando em adubo para nossas plantas – e temos muitas, pois temos agrofloresta, horta agroecológica, plantas medicinais, plantas alimentícias não-convencionais (PANCS), etc.”

Pelo projeto, os resíduos recicláveis serão separados e armazenados na nossa estação de recicláveis e, após uma boa quantidade reunida, será destinado a uma cooperativa de reciclagem. Outro objetivo do projeto é realizar atividades de sensibilização da comunidade escolar. “No final, a meta é reduzir para no máximo 10% de material a ser descartado como rejeito.” Esse índice está em 16,1%, pelos cálculos da gravimetria.

O projeto irá ocorrer durante todo esse ano e até pelo menos a metade do próximo ano. A ideia é que seja ampliado para outras escolas do GDF.