Escola da Natureza: formando educadores e cidadãos
A Escola da Natureza promoveu em setembro o 13º Encontro de Educadores Ambientais em suas dependências, no Parque da Cidade. Foram três dias de oficinas, rodas de conversa, exposições, palestras e trabalhos de campo e atividades pedagógicas que envolveram instituições governamentais e não governamentais, escolas, gestores(as), professores(as) e diversos atores educacionais.
“É uma forma que encontramos de atender a nosso objetivo de formar tanto educadores(as) como cidadãos(as), e também incentivar e promover conhecimentos na área de educação ambiental. Trabalhamos vários temas que favorecem a troca de experiências entre esses diversos atores, pesquisadores e estudantes também”, afirma Ednea Sanches, vice-diretora da Escola da Natureza.
Educação ambiental para além da ecologia
O tema do 13º Encontro de Educadores Ambientais da Escola da Natureza, realizado entre 12 e 14 de setembro, foi “Educação ambiental e saberes ancestrais”. A ideia, aqui, é pensar a educação ambiental em função das relações humanas e das questões sócio-psico-culturais, uma vez que todos esses assuntos se inter-relacionam. “Por isso, trouxemos a dimensão humana da educação ambiental, para além dos aspectos ecológicos e biológicos da natureza”, explica Ednea.
O evento, então, trouxe palestrantes para falarem sobre a questão dos povos de tradição afro-brasileira, sobre a educação ambiental no cerrado e do cerrado. Foram oferecidas, por exemplo, oficinas de tecnologias de cura (o legado ancestral dos povos tradicionais), escritas africanas e alimentação e sabores do cerrado, dentre outras.
“São temas que inter-relacionam sustentabilidade com as culturas e os povos tradicionais, e como estes se relacionam com a natureza de forma sustentável”, conta a direção.
Junto ao 13º Encontro de Educadores Ambientais, foi realizado o V Fórum Permanente de Educação Ambiental da SEE-DF, onde foram divulgadas as ações e as políticas públicas desenvolvidas na SEE-DF voltadas para a Educação Ambiental.
A pedagogia da Natureza
A Escola da Natureza foi criada em 1996, e atualmente é a única desse modelo em toda a rede distrital de ensino. Na época de sua criação, a ideia era contribuir para a integração da educação ambiental no currículo das unidades escolares.
Nos primeiros anos, o modelo pedagógico da escola estava voltado para a formação de educadores(as) ambientais para a rede públicas de ensino. Houve uma mudança com o passar dos anos, e o trabalho voltado para a formação de educadores(as) foi aos poucos se tornando voltado ao corpo discente distrital, e neste ano de 2023 a Escola da Natureza atende a 10 escolas públicas, o que equivale a 3 mil estudantes.
O trabalho com educadores(as) ambientais não foi deixado de lado, é apenas oferecido de forma mais pontual, como no Encontro de Educadores Ambientais.
”Desde a criação da Escola da Natureza, a gente vem experimentando e propondo metodologias de educação ambiental com o objetivo de envolver e mobilizar a comunidade escolar da rede distrital com atividades continuadas de educação ambiental. O modelo atualmente desenvolvido contempla o atendimento de estudantes ao longo do ano letivo, para a realização de oficinas ecopedagógicas, com temáticas ancoradas nos eixos transversais do currículo em movimento da SEE-DF”, explica a direção.
O modelo pedagógico da Escola da Natureza é, por essência, freireano: “a ideia aqui é dar respeitar as origens e os saberes pré-adquiridos dos alunos. Sempre ensinamos às crianças que elas são capazes e podem ir além – e acabamos aprendendo com elas”, conta, orgulhosa, a diretora da Escola da Natureza, Renata Lafetá.
“Na Escola da Natureza a gente vê, no dia a dia, os ideais da pedagogia freireana. As professoras promovem o protagonismo dos alunos o tempo todo, e respeitam suas referências culturais”, observa a diretora do Sinpro Regina Célia.
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