Entidade busca ampliar número de famílias acolhedoras no DF

O Aconchego é uma entidade civil, sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1997, que trabalha em prol da convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em acolhimento institucional. Aqui no DF, é a entidade que cuida das políticas de Família Acolhedora, e busca ampliar o número de famílias acolhedoras no Distrito Federal.

Atualmente, há 403 crianças em regime de acolhimento em todo o Distrito Federal. Desse total, 35 crianças estão com famílias. O objetivo é ampliar o número de crianças atendidas, mas para isso há a necessidade de se encontrar mais famílias acolhedoras.

“Queremos crescer mais, para qualificar e ampliar a oferta de famílias acolhedoras no DF”, explica Julia Salvagni, vice-presidente do grupo Aconchego.

 

Política pública de acolhimento

O projeto Família Acolhedora é uma política pública, do Serviço Único de Assistência Social (SUAS). A política de família acolhedora é voltada ao atendimento de crianças e adolescentes em medida protetiva de afastamento de suas famílias. Trata-se de processo previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que traz o acolhimento em família como prioritário ao acolhimento institucional.

Em Brasília, o serviço funciona, coordenado pelo Grupo Aconchego, desde 2019. Já atendeu 174 crianças e adolescentes de zero a 18 anos. “Ao invés dessas crianças irem para abrigos, no Sistema de Famílias Acolhedoras (SFA) elas são encaminhadas para famílias capacitadas, habilitadas e acompanhadas pela equipe do serviço, onde irão morar temporariamente, até o final da medida judicial”, explica Julia Salvagni.

O acolhimento é temporário, garantido por meio de medida protetiva, e dura até decisão judicial pela reintegração da criança ou adolescente à família de origem, ou pelo encaminhamento para adoção.

Durante o tempo em que a criança (ou adolescente) estiver em acolhimento, haverá um investimento constante na família de origem nuclear e/ou extensa de forma a garantir o caráter provisório e excepcional do acolhimento. Esses núcleos serão encaminhados e inseridos em serviços e/ou projetos de apoio sociofamiliar disponíveis na rede de atendimento socioassistencial.

 

Quem pode se candidatar

O serviço conta com a parceria de famílias da sociedade civil, em qualquer configuração, dispostas a abrir suas casas e rotinas para o acolhimento temporário das crianças ou adolescentes. Os critérios a serem preenchidos são os seguintes:

– Residir no Distrito Federal

– Ter maioridade civil

– Ter disponibilidade afetiva e emocional

– Não ter como projeto a adoção

– Não ter antecedentes criminais

– Ter a concordância de todos os membros da família.

 

Para que a família interessada se torne uma acolhedora, é necessário caminhar pelas seguintes etapas:

– Participar de palestra informativa sobre o serviço (virtual ou presencial);

– Frequentar curso formativo em que se aprofunda nas temáticas da vivência do acolhimento (cerca de 5 a 6 encontros, virtuais e/ou presenciais)

– Passar por entrevista com a equipe técnica do serviço

– Visita domiciliar

– Habilitação, junto à Vara da Infância e Juventude, após demonstrar compreensão do processo e habilidade para um cuidado afetivo e respeitoso.

 

Ajuda sem acolhimento

O Grupo Aconchego mantém, ainda, uma rede de profissionais voluntários para o atendimento às crianças / adolescentes. Precisa constantemente do serviço de pediatras, dentistas, oftalmologistas e psicólogos.

Também recebe doações de itens de higiene para o atendimento de assistência, como fraldas, fórmula láctea infantil, lenços umedecidos etc.

Quem quiser ajudar ou se candidatar a família acolhedora pode entrar em contato com o Grupo Aconchego, nos telefones (61) 3963-5049 / 3964-5048 / 99166-2649.

“Toda ajuda é bem-vinda, mas o serviço de família acolhedora traz inúmeros benefícios às pessoas assistidas, pois possibilita dirimir os impactos das violações de direitos sofridas, através de vínculos afetivos saudáveis e do olhar individualizado para as crianças”, conta Júlia Salvagni.