Empresas de água e saneamento são as mais reestatizadas do mundo  

Sabia que privatizar empresas de águas, aquelas que cuidam do saneamento e de outros serviços, é especialmente danoso para os mais pobres? Isso porque, em geral, a motivação para privatizar é que a privatização diminuiria a conta para os consumidores, o que na prática, além de não acontecer, tem consequência inversa: o aumento dos valores. Por essa má experiência, o setor está no topo da lista de empresas que estão sendo reestatizadas ao redor do mundo.

Segundo a CUT Brasil, “de acordo com recente levantamento da base de dados internacional Public Services, 226 empresas do setor de serviços integrados de água foram reestatizadas no mundo nos últimos anos”, diz a postagem da central nas redes sociais. A CUT fez o destaque com base numa matéria da Folha de S. Paulo que denuncia o projeto do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar a Sabesp. Confira o post da CUT: https://bit.ly/3hiakVj

Diferentemente de Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo pela Federação Brasil da Esperança, a mesma que elegeu o ex-presidente Lula, o projeto de Tarcísio é o mesmo de Jair Bolsonaro, que, por sua vez, é o mesmo dos governos neoliberais, como o de Ibaneis Rocha, governador reeleito no Distrito Federal, que visam a privatizar tudo o que pertence ao Estado nacional e que garante a soberania de um país.

As nações ricas não privatizam a água e nem a energia. As que se arvoraram a fazer isso, tiveram de reestatizar as empresas, como mostra a matéria da Folha de S. Paulo. Confira a seguir.

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Empresas como a Sabesp, que Tarcísio cogita privatizar, são as mais reestatizadas no mundo

 

Setor de serviços integrados de água lideram ranking de base de dados internacional

 

Levantamento da base de dados internacional Public Services aponta que as reestatizações que mais aconteceram nos últimos anos no mundo foram no setor de serviços integrados de água, como tratamento de esgoto e fornecimento de água potável.

Em São Paulo, esses serviços são oferecidos pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que entrou no debate eleitoral diante da proposta levantada por Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar a estatal.

 

Segundo a Public Services, 226 empresas do setor de serviços integrados de água foram reestatizadas no mundo nos últimos anos, ou seja, foram privatizadas e voltaram a ser públicas por motivos diversos: fim de contrato, quebra de cláusulas contratuais, desistência ou falência das empresas privadas, entre outros.

Na sequência, empresas de energia elétrica (167), fibra ótica (126), gás (64), fornecimento de água potável (80) e coleta de resíduos (60) completam o ranking. Os dados podem ser consultados neste link.

A Public Services é uma iniciativa criada a partir de parceria do Transnational Institute (TNI), sediado em Amsterdam (Holanda), com o projeto Globalmun, da Universidade de Glasgow (Escócia). A base de dados foi lançada em fevereiro de 2021, com dados coletados pelo TNI desde 2014. Em conferência realizada em dezembro de 2019, o TNI apresentou 1.408 casos de reestatização de 2.400 regiões em 58 países.

O ex-ministro da Infraestrutura tem indicado que pretende tentar a privatização da Sabesp, mas sem afirmar com clareza. Em fevereiro, durante evento promovido pelo site de finanças TC transmitido pela internet, disse que a privatização da Sabesp seria uma meta sua. Mais recentemente, tem dado declarações ambíguas.

A proposta virou ponto de ataque de seu concorrente, Fernando Haddad (PT), no segundo turno. A campanha do ex-prefeito tem afirmado que uma proposta como a de Tarcísio resultaria em aumento das tarifas. Fundada em 1973, a Sabesp é uma sociedade de economia mista que responde pelo fornecimento de água para 28,4 milhões de pessoas em 375 cidades paulistas.