Em encontro, orientadores educacionais discutem estratégias para qualidade de vida no trabalho
Desvio de função, rotina adoecedora e jornada de trabalho exaustiva são realidades do dia a dia dos(as) orientadores(as) educacionais da rede pública de ensino do DF. Estabelecer um ambiente de trabalho saudável, com equipe multifuncional, psicólogos, assistentes sociais e mais orientadores(as) educacionais é definitivo para mudar este cenário. O tema foi tratado no Encontro Formativo e Comemorativo das Orientadoras e dos Orientadores Educacionais, realizado no último 13 de dezembro.
Durante o encontro, a psicóloga e pesquisadora do Núcleo de Trabalho e Linguagem na Universidade de Brasília (UnB), Luciane Kozicz, falou sobre saúde mental e mediação de resolução de conflitos. Ela trouxe à tona diversos exemplos de falas de orientadores(as) educacionais relatadas em consultas, que deixam claro o ambiente hostil apresentado a esses profissionais.
Segundo Kozicz, uma das ações essenciais ao tratar desse tema é levantar dados “para exigir soluções”. “A ideia é fazermos um protocolo de resolução de conflito e um protocolo de saúde mental. Seriam nossos ‘produtos-base’. É importante termos dados para exigirmos soluções”, explica.
Entretanto, a psicólogo alerta que a construção desses instrumentos deve ser coletiva. “Quando me perguntam qual o sentido da vida, eu digo: é ter a pulsão por mudar, e a luta é uma dessas formas”, diz.
Para a diretora do Sinpro Márcia Gilda, “é importante seguir na luta diária”. “São inúmeros os desafios da rede pública de ensino do DF, pois aqui temos o governo dos ‘paliativos’. Não tem política pública de educação de curto, médio e longo prazo”, analisa.
“Só avança quem luta. E nós sabemos disso porque lutamos. Foi assim que, diante de um cenário de precarização da educação, garantimos nomeação de orientadores e orientadoras educacionais. Vamos seguir juntos e juntas para que possamos corrigir todas as falhas que nos adoecem. Só assim poderemos atingir plenamente nossos objetivos como profissionais”, convoca o diretor do Sinpro Chicão Alves.
Aposentadoria especial
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) participou do Encontro Formativo e Comemorativo das Orientadoras e dos Orientadores Educacionais e comentou a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição que garante o direito à aposentadoria especial esses profissionais (PEC 573/2006).
Ela lembrou que a garantia da admissibilidade da proposta foi “difícil e árdua”. “Se a PEC fosse inadmitida (na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara), só poderia ser resgatada em outra legislatura. Agora, temos que fazer uma grande luta para criar a comissão especial para o próximo ano”, informou.
“A aprovação da PEC que fala da nossa aposentadoria especial, na CCJ da Câmara, é uma conquista da nossa luta organizada. O Sinpro é um sindicato local, mas com protagonismo nacional. A aposentadoria especial atinge a vida não só dos orientadores e das orientadoras educacionais do DF, mas de vários lugares do Brasil. Esse é o resultado de uma atuação sindical que tem como característica força, compromisso e representatividade”, lembra o diretor do Sinpro Luciano Matos.
A deputada Erika Kokay ainda disse que a presidência da Câmara e a relatoria de uma PEC fazem toda a diferença na agilidade da apreciação da proposta. Isso porque passam necessariamente por eles a colocação da proposta em pauta e o indicativo de aprovação. “Tão logo assuma o novo presidente da Câmara, temos que sentar e negociar”, orientou.
O Encontro Formativo e Comemorativo das Orientadoras e dos Orientadores Educacionais contou com participação expressiva do segmento. Além das palestras e debates, a atividade ainda teve atividade cultural e de relaxamento. Acesse o álbum de fotos AQUI
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