Educadores brasileiros se solidarizam com o professor Anderson Cardoso Ribeiro, demitido por expressar sua opinião

Nota Pública 03.11

O colégio Jean Piaget, da rede particular de ensino de Sinop, município do Estado de Mato Grosso, desligou via WhatsApp e por nota em rede sociais, de seus quadros funcionais o professor Anderson Cardoso Ribeiro a partir do dia de hoje (3). O motivo: divergências com uma fala sua, postada em suas redes sociais privadas, sobre as manifestações de bloqueios de estradas feitas na cidade por apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro, em luta contra os resultados das justas eleições que transcorreram no último dia 30 de outubro e atuação de milicianos digitais que bombardearam as redes sociais da escola repercutindo a posição do professor e “pedindo a cabeça do mesmo”.

A partir de sua publicação, duas páginas na internet de milicianos digitais começaram uma ampla campanha de calúnia e difamação contra o professor de História e, em ato contínuo, o Colégio Jean Piaget decidiu o desligar de seus quadros funcionais de educadores. Não houve em absoluto qualquer desrespeito a quaisquer cidadãos da cidade, como alega falsamente a nota emitida pela escola. O que parece mesmo ter havido foi a corrosão do princípio pedagógico básico de autonomia da escola e do professor frente aos “clientes” que pagam as suas mensalidades.

Os/as educadores/as de todo o país prestam sua mais irrestrita solidariedade ao professor Anderson Cardoso Ribeiro e exigem respeito à figura importante de todo/a e qualquer profissional do magistério e educador/a que, dentro das escolas brasileiras, de qualquer nível federativo e de qualquer natureza jurídica, seja pública, privada ou confessional, atuam de forma séria e comprometida.

Brasília, 03 de novembro de 2022
Direção Executiva da CNTE

Fonte: CNTE