Educadores brasileiros se solidarizam à luta dos profissionais do magistério do Equador

2022 05 12 nota equador

Desde o último dia 03 de maio, trabalhadores do magistério equatoriano, organizados pela União Nacional de Educadores (UNE-Equador), iniciaram uma greve de fome em defesa da proposta da Lei Orgânica da Educação aprovada pelo Congresso Nacional de seu país. A Lei, que garante aumento no vencimento dos/as trabalhadores/as, paridade salarial e a inclusão de uma educação bilíngue no país, foi vetada pelo presidente do país, Guillermo Lasso.

O veto presidencial, sob o argumento de falta de recursos para sustentar o aumento na folha de pagamentos dos/as educadores/as do país, está agora sob avaliação da Suprema Corte do país que irá convalidar ou não o veto presidencial. A UNE argumenta de que os recursos provenientes da exportação do petróleo no país e da reforma tributária aprovada no ano passado pelo Congresso equatoriano, por meio de uma proposição apresentada pelo próprio governo, garantem o reajuste dos/as profissionais do magistério do país.

A falta de diálogo e a intransigência do governo Lasso empurrou a categoria para uma greve de fome que, reunindo 32 professores e professoras do país, encontram-se acampados à frente da Corte Constitucional em Quito. A luta dos/as educadores/as equatorianos/as remete ainda ao ano de 2021, quando, em conjunto com outras entidades do setor educacional do país, se mobilizam pela aprovação da Lei Orgânica de Educação Intercultural Bilíngue (LOEI), aprovada em 2021 e já considerada constitucional pela justiça equatoriana.

A repressão imposta pelo governo do país ao movimento desse ano dos/as educadores/as conseguiu ser enfrentada pela adesão massiva dos/as estudantes e suas organizações no país. A greve de fome, medida última tomada pelos/as trabalhadores/as em educação do país, se presta a sensibilizar os juízes da Corte Constitucional do país, a quem caberá a última palavra sobre o assunto. Cabe ao Presidente Lasso e aos juízes do caso uma saída para a crise forjada nesse ambiente de ausência de diálogo e truculência que se forma contra os direitos dos/as trabalhadores do magistério equatoriano.

A luta justa e legítima da UNE ganha adesão e mobilização para além das fronteiras de seu país, e desde os trópicos brasileiros, os/as educadores/as se somam em solidariedade aos/às companheiros do país vizinho e irmão. A luta por uma educação pública de qualidade não pode e nunca deverá prescindir da valorização profissional daqueles/as que fazem a educação. Amanhã, dia 12 de maio, acontecerá no país uma Marcha Nacional em defesa da equiparação salarial e em solidariedade à greve de fome dos 32 companheiros/as. Desde o Brasil, nos somamos nesse movimento!

Brasília, 11 de maio de 2022
Direção Executiva da CNTE

Fonte: CNTE