Educadores brasileiros repudiam a escalada de violência nas Filipinas e denunciam política fascista do presidente Rodrigo Duterte

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa dos/as profissionais da educação básica do setor público brasileiro, toma conhecimento, de forma consternada, da escalada de violência verificada nesse país do sudeste asiático, fomentada, em alto grau, pelo seu maior representante político. As Filipinas elegeram um presidente que a cada dia se mostra mais violento com o seu povo, em especial as camadas mais pobres de sua população.

 

Esquadrões da morte e uma política de justiçamento popular criaram um verdadeiro clima de terror no país que, igual ao Brasil, viu emergir em seu cenário político lideranças populistas de caráter fascista e autoritário. Em meio à crise política e econômica, a eleição de Duterte representou em seu início de governo, em grande medida, uma expectativa e esperança de enfrentamento às questões centrais que afligiam o povo filipino. Lançando mão de suas altas taxas de popularidade, o presidente Rodrigo Duterte começou um processo sangrento de perseguição e repressão aos ativistas políticos filipinos que, sob qualquer sinal de divergência à sua política, eram taxados de inimigos da pátria.

O incremento do autoritarismo do presidente veio acompanhado do crescimento vertiginoso da violência politica e policial no país. Da primeira, resultou a perseguição política de membros do Partido Comunista filipino e do afastamento arbitrário da presidente da Suprema Corte do país; da segunda, a formação de esquadrões da morte feita, basicamente, por membros oriundos das forças oficiais de segurança do país que, autorizados pelas falas e declarações bélicas de seu presidente, se sentiram autorizados a implementar, na prática, um verdadeiro extermínio de seu povo. Dados do Tribunal dos Povos dão conta de mais de uma centena de ativistas sociais mortos e a prisão política de quase mil filipinos.

O discurso de ódio propalado pelo presidente Duterte se assemelha muito com o que é verificado no Brasil pelo atual mandatário. A verborragia do presidente asiático chega ao cúmulo de, sem constrangimentos de quaisquer espécies, dizer publicamente que já tentou uma empregada sua quando adolescente; ou mesmo quando insufla a sua população a cometer crimes de ordem sexual contra opositoras mulheres. Qualquer semelhança com o que verificamos no Brasil não é mera coincidência, mas representa o advento de um discurso e prática políticas de ódio assumidos pelas atuais lideranças da extrema-direita no mundo.

A política antidrogas levada a cabo pelo presidente filipino já levou à morte por execução sumária de mais de 10 mil de seus compatriotas. Assumiu como lema o fim das drogas em seu país, mas não formula nenhuma política pública para isso. O seu objetivo é exterminar pequenos traficantes e usuários, crendo que, assim, obterá êxito em sua missão. Não enfrenta nunca os grandes traficantes, mas é excelente em criar factoides para induzir o seu povo a pensar de que está fazendo algo correto e justo.

Os/as educadores/as brasileiros repudiam a política implementada no país asiático! Sabemos todos/as que o fim desses ditadores sanguinários é sempre o julgamento no Tribunal Penal Internacional e a lata de lixo da História! Seguimos a denunciar as suas atrocidades e a exigir respeito aos direitos humanos do povo filipino!

Brasília, 10 de dezembro de 2019
Direção Executiva da CNTE