Não disponibilização do diário tumultua final do bimestre

Escolas de todo o DF estão enfrentando, mais uma vez, problemas com a não disponibilização dos diários pelo sistema Educa DF. Os diários são entregues, mas não têm funcionalidade.

O Novo Ensino Médio (NEM) está em implementação há quatro anos, e é o quarto ano que o problema com os diários se apresenta da mesma forma. A orientação da SEEDF é de que as escolas contatem o suporte para relatar o problema, mas escolas que tomaram esse procedimento afirmaram que nada aconteceu.

Com o fechamento do primeiro bimestre, professores e professoras estão tendo que elaborar planilhas à parte para nelas lançar as avaliações. Ou seja, o trabalho é dobrado. “Nós precisamos dar um jeito, para poder ter o conselho de classe, para os pais poderem acompanhar o desenvolvimento de seus filhos. Além de serviço dobrado, estar sem o diário atrapalha muito o trabalho pedagógico”, afirma Eldemes Ramos, professora de História e dos itinerários formativos no Cemi (Centro de Ensino Médio Integrado) do Gama. Vilmara Carmo, também professora de História e dos itinerários formativos no CED 01 da Estrutural, completa: “Cada professora e cada professor fechou suas planilhas e não tem um sistema pra lançar as notas”.

Eldemes conta que os estudantes são muito prejudicados pela não funcionalidade do sistema: “Tem dado confusão todo fim de ano, porque os estudantes passam no PAS (Programa de Avaliação Seriada) da UnB e precisam de seu certificado, de seu histórico escolar, e o sistema não libera”.

O problema não é de uma ou outra escola, mas sim, de toda a rede pública do DF. Rosângela Uranga, secretária do CED 03 do Guará, relata que o Educa DF tem causado muitos transtornos para as secretarias, que, além de tudo, encontram-se com pouco pessoal: “O sistema não atende adequadamente a escrituração da escola nem a dos professores, e fica uma defasagem em algo que é necessário, inclusive, para os programas como o Pé de Meia e outros, destinados às famílias em vulnerabilidade social”.

O final de 2023 foi repleto de problemas graves causados pela ausência de diário e deficiências do sistema, como a reprovação de estudantes que tinham sido aprovados e a aprovação de outros, que estavam reprovados por frequência. “Uma inconsistência na vinculação do Educa DF a outro sistema, de gestão de pessoas, está causando essas incompatibilidades”, explica ela. “O resultado é que o sistema não está funcionando adequadamente, portanto, a secretaria não consegue lançar a grade horária dos professores e os diários não são disponibilizados”, conclui.

A questão dos diários é um problema sério, que interfere tanto na dinâmica de trabalho dos professores e professoras quanto no trabalho pedagógico, prejudicando profissionais da educação, estudantes e suas famílias. O Sinpro-DF continua pressionando a Secretaria de Educação para que uma solução seja dada com urgência.

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