Educação de qualidade ganha evidência no Grito dos Excluídos do DF

“Se importar com a educação é salvar vidas”. Essa foi uma das palavras de ordem do Sinpro-DF nesse Grito dos Excluídos, no 7 de setembro. Junto a outras pautas que denunciam a desigualdade social e refletem sobre um novo projeto de sociedade, professores(as) e orientadores(as) educacionais mostraram que a educação pública de qualidade é definitiva para combater o sistema vigente, que se fortalece ao ampliar o número de vulnerabiliazados.

“Quando o povo tem acesso à educação pública de qualidade, tem acesso ao planejamento de um futuro que vem com mais possibilidade de emprego e renda. Mais que isso, uma educação pública de qualidade forma cidadãos e cidadãs com consciência crítica, capazes de questionar, de não se conformar e de lutar contra injustiças”, afirma o diretor do Sinpro Cleber Soares. Ele explica que educação de qualidade é aquela que transforma a sociedade a partir do conhecimento. “Investir na educação, com a valorização de seus e suas profissionais, é imprescindível para consolidá-la como de qualidade”, enfatiza o dirigente sindical.

No DF, os participantes do Grito dos Excluídos se concentraram na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, às 10h. Lá, realizaram roda de capoeira, fizeram falas política e expuseram cartazes e faixas que criticavam, entre outros pontos, o confisco das aposentadorias e pediam a derrubada da reforma da Previdência de 2019. “É absurdo descontar no contracheque de quem já contribuiu”, alertava uma das faixas do Sinpro.

Cleber Soares, diretor do Sinpro, na panfletagem do Grito dos Excluídos

Em seguida, os(as) manifestantes se reuniram com o grupo de percussão de mulheres Batalá e seguiram em caminhada até a Rodoviária do Plano Piloto, onde realizaram panfletagem sobre as pautas da ação realizada em nível nacional.

Neste ano, o lema da 30ª edição do Grito dos Excluídos foi “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”. A pergunta é também uma crítica ao sistema econômico vigente que, segundo os organizadores do ato, é responsável pela crise climática, que atinge, principalmente, as pessoas em vulnerabilidade social.

“O capitalismo explora de maneira insustentável os recursos naturais em nome do lucro. E é em nome do lucro que se alastra a crise climática que mata o mundo, a começar pelos que estão em vulnerabilidade social. Na luta pela construção de uma matriz de desenvolvimento voltado à sustentabilidade socioeconômica ambiental, a educação é uma das principais ferramentas. É com ela que aprendemos a fazer nossa parte dentro de um todo, mas, principalmente, é com ela que desvendamos os destruidores em grande escala do meio ambiente: mega indústrias, madeireiros, grandes pecuaristas, donos do agro”, diz o diretor do Sinpro Raimundo Kamir.

 

Raimundo Kamir (dir.) e Levi Porto, diretores do Sinpro-DF

 

Se a educação pública emancipadora tem o potencial de desvendar o sistema capitalista como fator inquestionável de destruição da natureza, ela mostra também que comunidades de baixa renda, que têm em sua maioria pessoas negras, sofrem desproporcionalmente os impactos negativos da degradação ambiental. “Racismo ambiental é um conceito que temos que divulgar cada vez mais, sobretudo em sala de aula. São as pessoas negras as primeiras e mais prejudicadas com políticas e projetos de destruição ambiental. É principalmente a comunidade negra a mais afetada pelos lixões, pelos aterros sanitários, pela poluição da água, do ar e do solo”, alerta a diretora do Sinpro Ana Cristina Machado.

Ana Cristina Machado, diretora do Sinpro, na panfletagem do Grito dos Excluídos

 

O Grito dos Excluídos é organizado por movimentos populares, organizações sociais e entidades sindicais, ente elas a CUT. O objetivo é dar voz às mulheres, negros, indígenas, LGBTQIPAN+, sem teto, pessoas em situação de rua e todos os outros segmentos historicamente discriminados e com menos acesso a direitos e recursos.

 

>> Veja o álbum do Grito dos Excluídos