Editorial || Weintraub executa mais um ataque à educação e decreta o fim da TV Escola

Que o governo Jair Bolsonaro decretou o fim da educação pública de qualidade e de todas as políticas públicas de inclusão educacional, isso todo mundo já viu e já sabe. Ele corta, incessantemente, o orçamento dos ensinos superior e básico e, sobretudo, das pesquisas científicas para sucatear a educação.

Toda semana há pelo menos um ataque à educação. O objetivo é não investir o dinheiro público no setor para sucatear e justificar a posterior privatização do imenso Sistema Nacional de Educação, que detém mais de 45 milhões de matrículas. O fim da TV Escola na semana passada – uma política de inclusão educacional iniciada em 1996 – é mais uma ação contra o povo e a soberania brasileira.

O Presidente da República alegou que o conteúdo da TV é “de esquerda” e “ideologia de gênero” para não renovar o contrato e acabar com uma das autênticas formas de inclusão educação em curso no País há 23 anos. Vale tudo, até mesmo esse discurso fundamentalista neoliberal para privatizar o sistema público de educação brasileiro que atende, atualmente, a mais de 45 milhões de estudantes.

A decisão do Ministério da Educação (MEC) de não renovar o contrato da TV Escola pegou mal até entre os eleitores de Jair Bolsonaro e os seguidores de Olavo de Carvalho que apoiavam o ministro Abraham Weintraub. A Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que geria a TV Escola, que se declara alinhada à política privatista do governo Bolsonaro, denunciou, em nota, que o fim da TV “foi justificado com argumentos orçamentários duvidosos: ‘O MEC misturou números para confundir o povo brasileiro’”, acusa a Roquette Pinto.

A destruição da educação é diária e diuturna. Não teve nenhum dia de janeiro a dezembro de 2019 que o governo Bolsonaro não efetuou um ou mais ataques à educação pública e à pesquisa científica do Brasil. A desqualificação de pessoas, como fazem insistentemente com educadores respeitados internacionalmente, como Paulo Freire, e a desmoralização de instituições, de forma sistemática, é para transformar o direito à educação em mercadoria.

A prova são a sequência de despautérios proferidos não só pelo Presidente da República, mas também pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, em redes sociais e presencialmente para a mídia. Na semana passada Weintraub disse, durante reunião na Câmara dos Deputados, quando foi chamado à Casa Legislativa para explicar as afirmações de que nas universidades públicas há plantações de maconha, ele assumiu que está no governo para defender os interesses do grupo que elegeu Bolsonaro e não o País e da população que paga para ter os serviços públicos de qualidade.

“Eu me posiciono, defendo os valores que trouxeram esse governo ao poder. O dia que o seu grupo chegar ao poder são outros valores que vão estar lá”, disse ele em resposta a Tiago Mitraud (Novo-MG). De acordo com o site Congresso em Foto, Weintraube afirmou aindaque não defende o mesmo grupo político e econômico de Mitraud e declarou que está no governo para defender os interesses da classe média.

É assim que o grupo de Jair Bolsonaro trata o Estado brasileiro, como se fosse a coisa dele, privada, pessoal. Não governa para o povo e muito menos para transformar o País em Nação. Ao contrário, como declarou o próprio ministro da Educação: trabalham para defender os interesses privatistas dos setores que o elegeu.