CEE 01 apresenta “A Boitatá” na EC 18 de Ceilândia e resgata PPP afetado pela pandemia

“Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma”. A frase do dramaturgo, diretor e ensaísta Augusto Boal, criador de um teatro genuinamente brasileiro e latino-americano e do teatro do oprimido, caracteriza perfeitamente a proposta interdisciplinar do Projeto Político-Pedagógico (PPP) do Centro de Ensino Especial 01 de Ceilândia (CEE 01) no campo das artes. Nesta semana, esse PPP foi aplicado na Escola Classe 18 de Ceilândia (EC 18 de Ceilândia) com a apresentação da peça teatral “A Boitatá”.

O espetáculo aconteceu na tarde de terça-feira (19/9) com a participação de toda a escola classe. Com esse PPP, a equipe do CEE 01 faz apresentações teatrais em outras escolas da rede e em espaços públicos, trabalhando vários assuntos cotidianos, como os temas do folclore, da preservação do meio ambiente e do próprio teatro como uma forma de inclusão e de incentivo para os(as) estudantes desenvolverem várias habilidades, como, por exemplo, a linguagem e a expressão corporal.

Os(as) estudantes que fazem parte do projeto são os(as) da Oficina Pedagógica. “Eles e elas saem da sua escola para apresentar a peça em outras”, explica a professora de teatro e coordenadora pedagógica do CEE 01 de Ceilândia, Patrícia Ramos de Freitas. “O espetáculo “A Boitatá” é uma das formas de o CEE 01 realizar esse atendimento interdisciplinar em artes. Construímos um PPP que nada mais é do que uma ação para trabalhar o teatro na escola a fim de que os nossos estudantes possam fazer a vivência, o compartilhamento, as experiências e a inclusão social”, complementa.

 

Angélica Gomes da Silva, diretora da Escola Classe 18 de Ceilândia que recebeu o projeto em sua escola

 

A professora conta que a apresentação na EC 18 de Ceilândia também faz parte de outro projeto que é o de resgatar esse PPP, severamente afetado pela pandemia da covid-19 entre os anos de 2020 e 2022. “Na pandemia, tivemos uma dificuldade com o fechamento de turmas desse projeto e ficamos somente com dois professores. Hoje, contamos com a ajuda do educador social e com a escola de forma geral para continuar fazendo esse trabalho de apresentar as peças nas escolas da rede e nos espaços públicos”, afirma.

Ela destaca a importância do teatro na vida acadêmica e social, bem como na formação para a cidadania. “O trabalho com a arte incentiva as potencialidades latentes de cada pessoa, pois possibilita o desenvolvimento de sua imaginação, criatividade e habilidades. Por meio da arte, a Pessoa com Deficiência (PCD) pode se expressar, socializando seu interior e demonstrando sua singularidade. No teatro, existe uma troca entre ator e espectador. Segundo Boal [dramaturgo, diretor e ensaísta brasileiro Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido], todo mundo é ator e espectador, todo mundo é teatro. Existe uma transformação nas relações. Uma troca de olhar, uma forma de se colocar no lugar do outro”, finaliza. Em Boal, a classe trabalhadora se apropria dos meios de produção artísticos e as fronteiras entre ator e espectador se diluem.

 

Acesse o Facebook do Sinpro-DF para ver o álbum de fotografias da apresentação na EC 18 de Ceilândia.