EC 66 divulga abaixo-assinado por água potável em Fazendinha no Sol Nascente

Há tempos, os mais de 110 mil habitantes do Sol Nascente e regiões adjacentes só contam com a rede pública de ensino como presença do Estado no atendimento às suas demandas. Um exemplo disso é a falta de água potável em Fazendinha, localidade pertencente à Região Administrativa do Sol Nascente, e a atuação da Escola Classe nº 66 do Sol Nascente (EC 66) no combate a esse e a outros problemas sociais que afetam, gravemente, o aprendizado dos(as) estudantes.

Para resolver, definitivamente, o problema da falta de água, a comunidade criou, com o apoio da EC66, do Projeto Vida&Água para Aris da Universidade de Brasília (UnB) e do Sinpro-DF, um abaixo-assinado em que reivindica do Governo do Distrito Federal (GDF) e da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal  (Caesb) o direito à água potável e a inclusão da Fazendinha no sistema de água e esgoto da companhia.

Fazendinha é uma localidade pertencente ao Sol Nascente sem acesso às redes de saneamento básico da Caesb. Além da água, a região carece de tudo. Apesar de pertencer à RA, ela não faz parte do perímetro urbano da cidade. E é aí, entre a extrema pobreza e o direito à vida, que a EC 66 desempenha o papel de suporte logístico e administrativo de apoio ao abaixo-assinado e está mobilizando o Distrito Federal inteiro para assinar o documento.

Desde água, esgoto, coleta de lixo, luz até emprego e renda para todas as famílias, a comunidade de Fazendinha carece de tudo. A demanda pelos serviços de saneamento básico já foi encaminhada para o GDF e Caesb há tempos, mas, até agora, nada foi feito. Ou seja, é preciso uma mobilização gigantesca e um abaixo-assinado para o governo enxergar o que está em sua volta e prestar o serviço de administração pública.

“O programa identificou que o único equipamento/serviço público nas Aris é a escola pública e, desta forma, fortalecendo o empoderamento popular, mobilizou as famílias das Aris para lutar pelo acesso à água potável da Caesb. A EC 66 aderiu à essa luta das famílias da Fazendinha, comunidade da Aris Sol Nascente, com a realização do abaixo-assinado (mais de 50 familias)! A luta inicial é pela água e, certamente, se desdobrará pelo saneamento, coleta de lixo, comida, moradia, trabalho, saúde, assistência social, enfim, pelo direito à vida digna!”, afirma a professora Maria Luiza Pinho Pereira, uma das coordenadoras do Projeot Vida&Água para Aris da UnB.

 

Sinpro, Projeto Vida&Água e EC 66 compram caixa d’água

Atualmente, a comunidade tem acesso à água potável graças à parceria do Projeto Vida&Água,  com o Sinpro-DF e da EC 66. Com o apoio logistítico e financeiro da atual diretoria do sindicato, o projeto adquiriu um Reservatório de mil litros para a Fazendinha. A localidade é uma das 47 Áreas de Relevante Interesse Social (Aris), criadas pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em 2009.

A luta por água potável para essas 47 Aris é o principal objetivo do Projeto Vida e Água para as Áreas de Relevante Interesse Social da Universidade de Brasília ((Vida&Água para as Aris/UnB). O projeto é coordenado pelo professor Perci Coelho de Souza, doutor do Departamento de Serviço Social do Instituto de Ciências Humanas, e por Maria Luiza Pinho Pereira, professora aposentada da Faculdade de Educação da UnB e membro fundadora do Grupo de Trabalho Pró-Alfabetização do Distrito Federal Fórum GTPA-Fórum EJA/DF), desde 1989.

O Sinpro-DF é parceiro do Projeto Vida&Água para Aris desde abril de 2020 e aderiu a ele de imediato. Ele é destinado às populações de baixa renda. O projeto tem apresentado uma série de programas na TV Comunitária em que aborda exemplos de lotes de emergências sanitárias, que não têm nada, nem sequer água potável da Caesb, ou seja, estão fora do sistema de redes de água e esgoto da companhia.

“Há muitas famílias em situação de desespero. Não bastasse o frio que essas populações estão sofrendo, vivendo em barracos de madeira, que não estão conectados com a Caesb”, alerta o professor Perci. O Projeto Vida&Água para as ARIS da UnB é coordenado coletivamente e aplica a metodologia da pesquisa-ação com uma rede de redes de movimentos sociais, populares e sindicais, em parceria com o Sinpro-DF.

 

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