EC 415 Norte adota meditação e transforma para melhor a vida de todos (vídeo)

Se para adolescentes e adultos é difícil prestar atenção na aula após um intervalo recreativo, imagine para crianças de 6 a 10 anos a dificuldade que é se concentrar após o recreio da escola. É quase uma tarefa impossível. Avalie daí a dificuldade de uma professora ou de um professor para canalizar a energia pulsante que vem das brincadeiras e das correrias para uma plena atenção ao conteúdo ministrado. Acalmar crianças após o recreio não é nada fácil.

Mas a Escola Classe 415 Norte (EC 415 Norte) está tirando de letra e conseguindo, com sucesso, promover a concentração das crianças após o recreio. A meditação é o método utilizado e é tão poderoso e bem-sucedido que, por causa dessa prática, a escola já foi destaque na mídia nacional e do Distrito Federal e já concorreu a prêmio na educação.

Após uma pareceria com a Sociedade Vipassana de Meditação, a escola adotou o projeto Plena Atenção, que levou a meditação para a sala de aula. A experiência está demonstrada no vídeo-reportagem que o Sinpro-DF fez na escola. Confira no final desta matéria.

A diretoria colegiada do Sinpro-DF vê na iniciativa um excelente trabalho pedagógico. Afinal, em vez de militarizar a escola e tratar adolescentes debaixo do tacão e da brutalidade, a EC 415 Norte demonstra, com sua experiência, que existem outras possibilidades pedagógicas pensadas por educadores(as), com resultados eficientes, de tranquilizar crianças e adolescentes por meio da paz, do respeito humano, da serenidade e do conhecimento. A “volta à calma” por meio do projeto Plena Atenção acabou por extrapolar as salas de aula e, hoje, faz parte do cotidiano e do comportamento dos(as) estudantes de tal forma que modificou até a visão de mundo vários pais e mães.

A descoberta aconteceu há mais de 7 anos, por causa da inquietação de uma professora que via na meditação a possibilidade trazer a experiência que ela tinha tido na educação infantil denominada “volta à calma” após o intervalo.  Adepta da meditação, Ana Márcia Correia, professora e coordenadora pedagógica, passou a utilizar algumas práticas da “volta à calma” no Ensino Fundamental da EC 415 ainda em 2015.

A escola é inclusiva e tem 310 estudantes. A equipe da escola viu o que estava acontecendo e, aos poucos, foi aderindo à metodologia. “A meditação, para mim, sempre foi uma necessidade, uma inquietação, uma dúvida e uma vontade. Como eu venho de experiências da educação infantil em que a gente fazia a volta à calma depois do recreio, eu sempre carreguei essa prática quando eu migrei para o Ensino Fundamental”, conta.

Ela diz que, na EC 415, ela percebeu que as crianças voltavam do recreio muito agitadas e aí retomou a prática da volta à calma da época que trabalhava na educação infantil. “E deu muito certo. Desde 2015, aqui na EC 415 Norte, eu já vinha trabalhando com o exercício da volta à calma depois do recreio. E após pesquisas, estudos, conversas, com colegas que já se interessavam por essa prática também, resolvemos fazer um projeto de meditação”.

Foi aí que trocaram o nome do método de “volta à calma” para “meditação. Em 2018, elas inscreveram a atividade no Prêmio Victor Civita. Essa participação deu visibilidade ao trabalho e virou notícia. O prêmio foi uma oportunidade de mostrar para todo o País que é possível meditar na escola e promover a calma e a concentração, principalmente, depois do recreio.

Nesse mesmo ano, a Sociedade Vipassana de Meditação fez um convite à escola para conhecer o projeto da plena atenção que fazia na sociedade e a proposta de levar essa prática para a escola. Desse encontro, resultou uma parceria com a Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEE-DF), que era livre para quem quisesse participar.

Ana Márcia foi à reunião, conheceu o projeto Vipassana e voltou para a escola dizendo que queria participar. A adesão foi acontecendo. As outras professoras e professores foram percebendo, na prática meditativa, que isso era muito bom. Chegou um tempo que todos fizeram o curso na Sociedade Vipassana e a escola toda adotou o método.

Lígia Fernanda Fruet, professora da EC 415 há 9 anos e atuante no magistério há 36, resistiu à prática, mas, quando viu os resultados, adotou o método e até hoje pratica a meditação com seus e suas estudantes. Ela conta que só acreditou depois que a Márcia a convenceu a tentar. “Eu achava que essa coisa da meditação era moda, como todas as ondas de novidades que existem no magistério. Quando eu recebi o material, eu não conseguia nem tocar nele. Comecei a fazer o curso e passei a achar que talvez daria. Quem sabe essa história de bater sininho, de respirar  pode dar certo?”

Essa dúvida era a de todos e todas. Assim como Lígia, as professoras Fabienne Moreno e Soleima Cardoso duvidaram, mas adotaram. Hoje ela s não querem saber de outra coisa. Durante a pandemia, a meditação on-line permaneceu presente e chegou a envolver mães e pais. Foi e é um sucesso, confira na reportagem em vídeo o projeto , da escola na época, que implantou a Plena Atenção em 2018. Na época, Soleima era diretora e ela foi a responsável pela implantação do projeto “Plena Atenção”.

Confira a reportagem em vídeo:

 

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