Diretora do Sinpro fala sobre militarização nas escolas no programa Giro das Onze

O programa Giro das Onze, da TV 247, recebeu a professora e diretora do Sinpro Maria Gilda e a educadora Luciana Pain para debater a militarização de escolas públicas no Distrito Federal. A temática foi escolhida após vários episódios de truculência de policiais militares em unidades escolares administradas pela PM e pelo desrespeito da corporação em atividades pedagógicas, fato que culminou na exoneração da professora Luciana Paim do cargo de vice-diretora do CED 01 da Estrutural (uma das escolas militarizadas no DF) no dia 3 de maio.

Todo este processo de desrespeito teve início quando estudantes abordaram a violência racial institucional presente no âmbito militar em um dos trabalhos da Consciência Negra da escola. Sem qualquer diálogo ou respeito ao debate, fato comum em um ambiente escolar, os militares, em mais uma atitude totalmente arbitrária, exigiram a retirada dos trabalhos em exposição, fato que não foi obedecido pelos(as) professores(as). Começou, a partir daí, um processo de assédio moral e difamação da vice-diretora, profissional que sustentou o direito de professores e estudantes trabalharem sem censura e propôs que a crítica pudesse se transformar em uma ponte para que fosse feita a discussão democrática entre civis, educadores(as), estudantes e militares sobre o racismo institucional.

Durante o programa a diretora Márcia Gilda afirmou que o trabalho exposto na escola retratava diversas temáticas, com abordagem da população negra no Brasil, e dentre eles tinha a questão do genocídio da população negra, que quem acompanha e tem uma visão mais crítica sabe que o Brasil foi construído em cima da escravidão e, portanto, a nossa sociedade é extremamente racista. “O país que mais mata população jovem e negra é o Brasil. Estávamos tendo um debate democrático dentro da escola sobre a questão racial e a consciência negra e a polícia militar tomou uma atitude totalmente truculenta e desrespeitosa por conta de uma charge”, analisa Márcia Gilda, complementando que as escolas são espaços de debate e este aspecto precisa ser respeitado e incentivado.

A diretora abordou o mesmo tema durante entrevista concedida para a rádio CNN.   

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