Dia internacional do Orgulho LGBT marca resistência e luta por direitos

Hoje, 28 de junho, comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBT. No Brasil, talvez este seja um dos anos mais difíceis para o segmento que precisa lidar com um governo regressista e um Congresso extremamente conservador, o pior desde 1964.
Ao usurpar o poder através de um golpe parlamentar, Temer tratou logo de extinguir pastas importantes que fomentavam a criação de políticas públicas voltadas à diversidade e às minorias. Desde então, debates sobre a homofobia e toda forma de preconceito e exclusão foram suprimidos das agendas do governo.
Mas, o retrocesso não foi apenas em âmbito federal. No DF, nesta segunda (26/6), o parlamento reacionário reuniu-se para retirar direitos da categoria. Após 17 anos de muita pressão e mobilização dos movimentos LGBTs de Brasília, o governador Rodrigo Rollemberg finalmente regulamentou a Lei Anti-Homofobia (2.615/2000), que proíbe qualquer tipo de discriminação por conta da orientação sexual. Entretanto, a Câmara Legislativa, encabeçada pela bancada evangélica e outros segmentos conservadores, revogou a regulamentação da medida por meio de um projeto de decreto legislativo.
Para o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, o Brasil e Brasília caminham para trás. “É lamentável perceber que, enquanto outros países avançam nas relações humanas, na preservação de direitos essenciais e na garantia de melhorias sociais significativas, nosso país galopa para o retrocesso”, lamenta o dirigente.
Para Britto, os 13 anos passados sob a gestão de um governo democrático e popular trouxe importantes conquistas para a comunidade LGBT – até então ignorada pelos governos anteriores – mas que precisam ser bravamente defendidas frente a esse governo de ideologia exclusivista e segregador. “São inúmeros os retrocessos já sofridos, como o sucateamento de todo o Ministério dos Direitos Humanos, por isso, precisamos unir todos os segmentos sociais com a classe trabalhadora para fazermos um enfrentamento conjunto e, assim, restituirmos a nossa democracia”, finaliza.