Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
Nesta sexta-feira (3) comemora-se o Dia internacional das Pessoas com Deficiência, uma data para celebrar os avanços já consolidados e promover os direitos humanos de todas as pessoas com deficiência, denunciando os preconceitos e discriminações que mantêm vulneráveis e excluídos esta parcela da população. De acordo com o último Censo realizado pelo IBGE, há no Brasil mais de 24 milhões de pessoas que se declaram de alguma forma com deficiência. Isso corresponde a 14, 5% da população.
Se comparado com períodos anteriores, quando as ações eram voltadas ao mero assistencialismo, o Brasil vive um momento de avanços na luta pela garantia de direitos para as pessoas com deficiência. Um marco na trajetória dos direitos humanos e sociais foi a ratificação pelo Brasil em 2008 da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. No mundo do trabalho, a luta organizada tem sido responsável por importantes conquistas, como a Lei 8.213/91, mais conhecida como Lei de Cotas, que determina a contratação de trabalhadores com deficiência nas empresas privadas.
Para o metalúrgico Flávio Henrique, coordenador nacional Coletivo de Trabalhadores/as com Deficiência da CUT, a luta agora é pelo cumprimento da lei. Ele relata que antes do Censo do IBGE, os empresários argumentavam que não haviam pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Depois do Censo, começaram a aceitar o segmento, mas com ressalvas, argumentando que estes trabalhadores não eram qualificados. “Precisamos fazer este debate olhando para a questão da responsabilidade social destas empresas. Se a falta de capacitação profissional é um empecilho, vamos investir em formação, desde o sistema S, escolas técnicas e federais ou as próprias empresas fazendo o processo de capacitação”, argumenta Flávio.
A CUT vem ampliando o debate dentro de suas estâncias, entendendo a luta dos trabalhadores e trabalhadoras com deficiência como bandeira de toda a classe trabalhadora, inserida nas lutas gerais da Central, tornando-a um referencial no debate sobre políticas afirmativas que vão desde as questões de transporte acessível, saúde e educação inclusiva até outros aspectos garantidos a qualquer cidadão. É neste cenário de protagonismo que a CUT lançou em 2010 a Campanha Nacional em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência, voltada principalmente aos sindicatos de base, com o objetivo de sensibilizar o movimento sindical cutista para esta importante luta. Junto com a Campanha, lançou também a Cartilha “Direito é bom: nós gostamos e lutamos por ele”.
“A CUT é a única central de trabalhadores que tem um coletivo onde discute as questões políticas de inclusão. Quando fomos eleitos para estar na vice-presidência do Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência (CONADE) tivemos o reconhecimento social das pessoas com deficiência de que a CUT tem muita discussão, acumulo na temática e isso tem contribuído para os avanços que o segmento tem obtido”, destaca o bancário Isaías Dias, vice-presidente do CONADE e membro do Coletivo Nacional da CUT.
Com informações do site da CUT