Dia do Professor: a luta continua!

A categoria docente da rede pública de ensino do Distrito Federal (DF) chega ao Dia do Professor com vários problemas a resolver e desafios a superar. Inicia o dia 15 de outubro com uma greve geral e um ato público na Praça do Relógio, em Taguatinga. Com isso, a categoria se une a todas as outras do funcionalismo público do DF que estão mobilizadas contra a perda de direitos e de salário.
Sob a batuta de uma gestão neoliberal, a educação pública e os demais setores do serviço público do DF têm sido regidos segundo as diretrizes do choque de gestão: redução de direitos públicos e sociais, aumento de deveres (tarifas, taxas e alíquotas) e privatização dos serviços públicos.
É que a lógica da política econômica neoliberal, que tem como um dos seus panos de fundo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), visa a transferir dinheiro público para bancos privados. E a forma mais rápida de aportar esse caixa ávido de recursos financeiros públicos é reduzindo serviço público, aumentando impostos e retirando direitos trabalhistas assegurados em lei, como o nosso reajuste salarial.
Esse tipo de gestão atua com a perspectiva dos banqueiros privados e a meta é atingida com enxugamento do quadro de pessoal, redução da Folha de Pagamentos, sucateamento dos serviços públicos e imposição de novas taxas e aumento de novas formas de arrecadação para apenar também a população. É o dinheiro do povo que se esvai para os caixas privados sedentos de dinheiro público.
Esse cenário vem se configurando desde o início do ano e, como num jogo de truco desonesto, no qual a mentira leva o jogador a se dar bem e a malandragem conduz cada jogada, o Governo do Distrito Federal (GDF) inicia o segundo semestre com uma cartada de “mestre”: reduzindo salários.
Ao não pagar o reajuste concedido, assegurado nas tabelas conquistadas juntamente com o Plano de Carreira, em 2013, durante uma greve de mais de 50 dias, o governo age como um jogador de truco que se baseia na trapaça para ganhar o jogo.
Chegamos, assim, ao quinquagésimo quinto Dia do Professor da capital do país em luta. Radicalmente contra a transformação da educação e demais direitos sociais em mercadoria, iniciamos, mais uma vez, o 15 de outubro em batalha contra a retirada de direitos e pelo cumprimento das tabelas salariais vigentes.
É graças a nossa unidade e força que, ao longo de nossa história, vencemos nossas batalhas. Estamos mais uma vez diante de governos comprometidos com o jogo neoliberal de choque de gestão em que as cartas estão sempre marcadas para atender a interesses alheios aos da classe trabalhadora.
A categoria docente não joga e não partilha dessa concepção de jogo. Nós debatemos com seriedade temas da vida e do trabalho, da educação enquanto direito social, do serviço público e, dentre muitos outros temas, discutimos também as questões de classe. Não jogamos com coisa séria, com a vida das pessoas. Todavia, somos empurrados para um tipo de jogo nefasto de perdas de direitos. É nessa situação que temos de agir e defender nossos direitos.
Entendemos que o processo de negociação é o caminho natural e que ele, neste ano de 2015, tem de ser concluído com atitudes respeitosas e com propostas sérias. Não jogamos, mas sabemos lidar com esse tipo de jogada. Sabemos que, para ganharmos esta partida, temos de vestirmo-nos da personalidade do Ás de Paus: a carta dos assuntos legais.
Assim, revestidos dessa ideia de legalidade, exigimos a adoção de nossa tabela salarial vigente porque ela não é objeto de jogo político. Como todos os ases do carteado, o Ás de Paus, segundo a leitura mística, indica-nos um novo vislumbrar da luta, uma nova oportunidade de resolver os nosso problemas com toda a nossa criatividade pedagógica.
Neste 15 de outubro de 2015, estamos de volta às ruas porque a luta continua!
Não aceitamos o calote!