Dia do Estudante é celebrado com luta nas ruas pela democracia

2022 08 11 dia do estudante

Os/as estudantes de todo país vão participar dos atos de ruas marcados em defesa da Democracia e de Eleições Livres nesta quinta-feira (11). Além disso, eles e elas vão celebrar o Dia do Estudante, que existe desde 1827, quando o Imperador D. Pedro I instituiu os dois primeiros cursos de ensino superior nas áreas jurídica e social a serem oferecidos no Brasil. Não tinha como ser diferente, o ano é 2022 e o país passa por um risco real de interferência no processo democrático. Várias capitais já confirmaram a mobilização

“O Dia do Estudante catalisa o desejo da maioria pela garantia de lisura nas eleições, em resistência às investidas golpistas que têm como alvo o sólido sistema das urnas eletrônicas brasileiras e buscam instaurar a instabilidade no pleito. Caminhamos também, em todos os estados, em contraposição à cultura de ódio que foi inoculada entre os seguidores deste governo violento”, diz trecho do artigo “Estudantes pela Democracia”, publicado no O Globo e assinado por três membros do movimento estudantil, entre eles, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz.

A UNE comemora 85 anos de existência na mesma data e em sua conta no Twitter reforça: “Em um ano decisivo como 2022, em que a violência política e as tensões entre forças aumentam, precisamos estar nas ruas para garantir que as eleições aconteçam sem ameaças”.

As mobilizações, convocadas pela CUT, demais centrais, movimentos sociais e partidos políticos, são realizadas na mesma data em que a “Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” será lida na faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo. O documento já registra quase um milhão de adesões e foi construído logo após o encontro de Jair Bolsonaro com embaixadores de vários países, ocasião em que ele falou mentiras sobre as urnas eletrônicas para desmerecer a segurança do processo eleitoral brasileiro: https://www.estadodedireitosempre.com.

“É extremamente importante a nossa juventude estudantil assumir o protagonismo de estar nas ruas nessa data e nesse contexto de ataques à democracia para cobrar muito além da pauta orgânica a respeito aos princípios democráticos”, disse o secretário de juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Valdeir Pereira.

Sucateamento da educação

Os estudantes destacam que no dia 11, como todo ano, também é dia de defender a educação pública e gratuita de qualidade, para denunciar a crueldade do boicote de verbas às universidades e institutos federais, a destruição do Ministério da Educação, a aniquilação das bolsas de pesquisa científica e o desmantelamento dos fundos de desenvolvimento tecnológico, entre outros ataques à educação feitos por este governo atual, como a ameaça de fechamento de 17 universidades federais do Brasil por falta de orçamento e as inúmeras tentativas de privatização da educação.

Para Valdeir Pereira, neste ano ano de 2022, há poucas coisas a serem comemoradas no Dia do Estudante, mas é preciso refletir sobre a relação ao processo de mercantilização presente dentro do espaço da escola e o chamado “Novo Ensino Médio”, que reduz o papel e protagonismo da juventude estudantil e das nossas escolas brasileiras. Também é preciso lembrar que atualmente, no desenvolvimento do país, a ciência não está na centralidade e as escolas públicas estão cada vez mais sendo sucateadas pela ausência de um projeto educacional.

“A CNTE tem uma relação direta com os nossos estudantes que formam e que estão presentes dentro do espaço escolar. Portanto, a luta dos trabalhadores em educação, quando somada aos nossos estudantes tem o objetivo da melhoria na oferta e políticas educacional. Por isso, é fundamental o apoio e organização dos nossos estudantes para o seu protagonismo juvenil e disputa de sociedade”, ressaltou.

A CNTE apoia e também estará participando das manifestações em defesa da democracia e da educação pública de qualidade junto com os estudantes e movimentos social e sindical, porque entende que sem democracia não há educação pública e de qualidade.

“Não tem educação sem democracia, porque educação pressupõe troca de ideias, questionamentos e outras questões sociais que não combinam com o autoritarismo. É fundamental que professoras (es) e funcionárias (os) de escola de cada canto deste país, junto com estudantes e demais movimentos, se mobilizem, para que possamos defender juntos e juntas a democracia e as eleições sejam respeitadas, porque sem democracia é o autoritarismo que vence”, reforçou o presidente em exercício da CNTE, Roberto Leão.

2022 08 11 dia do estudante

 

 
Fonte: CNTE