Desinformação sobre vacina é preocupante e pode matar

A diretoria do Sinpro está profundamente preocupada ao observar a propagação de desinformação sobre a vacinação contra Covid na chamada imprensa tradicional, que não cumpre adequadamente com seu papel de informar e evitar a disseminação de dados falsos sobre tema tão delicado.

A desinformação específica com relação à pandemia de Covid-19 e com relação à vacinação contra a Covid atingiu índices tão alarmantes que a Unesco, ao lembrar que esse processo “cria confusão referente à ciência médica, com impacto imediato em todas as pessoas do planeta e em sociedades inteiras. Ela é mais tóxica e mais letal que a desinformação sobre outros assuntos”, criou o termo desinfodemia para definir a  “epidemia de desinformação”. 

No Brasil, em que o chamado “gabinete do ódio” atua impunemente, a imprensa tradicional falha miseravelmente em seu papel de anular ou, ao menos, atenuar os efeitos nocivos dessa postura de um governo genocida.

Se um dos maiores jornais do país redige seus títulos de forma a chancelar a mentira propagandeada pelo ministério da saúde, há também colunistas que propagam desinformação a respeito de vacinação infantil, corroborado por ministros de um governo genocida.

Os absurdos ditos por esses “profissionais” com colunas na imprensa desinformam também com relação a leis. Ignoram o parágrafo primeiro do art. 14 do Estatuto da Criança e do Adolescente  (“É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.”) e, no caso específico do Distrito Federal, lei 6.345 de 1º/8/2019, de autoria do deputado Iolando Almeida, e publicada à página 2 do DODF de 2 de agosto de 2019, que determina a apresentação da carteira de vacinação completa no ato da matrícula em escolas da rede pública e particular. Caso isso não ocorra, ou caso a carteirinha esteja incompleta, a Unidade Básica de Saúde responsável pela vacinação do aluno e, se a situação não for regularizada em 30 dias, a escola deve comunicar ao Conselho Tutelar para as devidas providências.

Não se deixe enganar: a Covid é uma doença mortal para quase 630 mil brasileiros – inclusive para crianças.

Dados do Instituto Butantan apontam que a Covid é a segunda maior causa de morte de crianças no Brasil – atrás apenas dos acidentes de trânsito. Desde o início da pandemia, foram mais de 3.800 casos de mortes de crianças entre 5 e 11 anos relacionadas à Covid (1449 mortes por Covid e mais de 2.400 casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P), associada à Covid.

A morte de crianças bem jovens por Covid é um fato, que ocorre no Brasil, a despeito da “opinião” de algumas pessoas que ocupam cargos de autoridade no país.

Para o diretor do Sinpro Cláudio Antunes, a mídia que usa e abusa do discurso da autorregulação poderia mostrar que, de fato, a autorregulação funciona. “Colunistas desinformadores devem ser abolidos das páginas e sites da grande imprensa – e isso não é censura, mas a responsabilidade social do compromisso com o leitor de sempre garantir-lhe informação de qualidade. Pluralidade de opinião não é sinônimo de propagação de desinformação. Ou a imprensa brasileira aprende isso de uma vez por todas ou também terá em suas mãos o sangue de quase 630 mil brasileiros mortos (dos quais, 3.800 crianças inocentes, cujas vidas deveriam ser protegidas e resguardadas por pais zelosos e por um governo sério e responsável).”