Descaso do GDF impõe manutenção da greve do Detran

Reunidos em assembleia nessa terça-feira (3/4), os servidores do Departamento de Trânsito do DF (Detran) decidiram por unanimidade manter a greve iniciada no último dia 13 de março. A decisão foi tomada pois o Governo do Distrito Federal ainda não fez qualquer proposta efetiva ao pleito dos trabalhadores.
“O governo cancelou reunião na Casa Civil com o Sindicato (Sindetran), não cumpre a legislação do reajuste de 5%, várias pautas administrativas e financeiras não são cumpridas. E por isso a categoria entendeu que o movimento continua, até que o governador tenha sensibilidade para atender nossos pleitos, muitos deles assinados em acordos com secretários e outros previstas em lei”, afirma o presidente do Sindetran-DF, Fábio Medeiros.
Segundo ele, a partir de agora, serão realizadas ainda mais assembleias, piquetes, trabalhos de convencimento com parlamentares e outras ações para intensificar a mobilização da categoria e a pressão sobre o GDF. “Pedimos desculpas à população, sabemos dos transtornos que causam a greve, mas esse é o mais forte instrumento legal que o trabalhador tem para pressionar o governo a atender às reivindicações da categoria”, lembra o sindicalista.
Motivado pelos trabalhadores do Detran, o deputado Wellington Luiz (MDB) disse em assembleia ordinária realizada na Câmara Legislativa nessa terça (3/4) que seu bloco partidário irá obstruir a pauta da Casa e, com isso, não votarão nenhuma proposta até que o problema dos servidores seja solucionado. “Quero lembrar que o Detran continua em greve graças à forma arbitrária que o GDF tem tratado esses servidores”, discursou o parlamentar.
O dirigente do Sindetran, Fábio Medeiros, disse que a direção do Detan formalizou um documento sugerindo a formação de uma comissão entre direção e sindicato para tentar avançar nas negociações. “Vamos sentar à mesa e tentarmos todos os diálogos possíveis, mas a categoria entendeu que a greve continua por ainda não haver nenhuma proposta efetiva”, informa.
Os servidores do Detran exigem o cumprimento imediato de acordos feitos e garantidos em lei desde 2015, como o pagamento da terceira parcela do reajuste salarial concedido à categoria. Os servidores também reivindicam o reajuste do tíquete-alimentação, jornada de trabalho em lei conforme a regra geral da Lei 840/2011, autorização para o abono pecuniário e reajuste salarial referente às perdas inflacionárias de 2014 a 2017.