Desagravo aos professores no Eixão com alegria, educação e arte

IMG_0428Onze dias após terem sido alvo da fúria da Polícia Militar, que segue ordens do GDF, professores da rede pública de ensino voltaram ao Eixo Sul, na altura da quadra 116, neste domingo (8). O local, que ficará marcado para sempre por ser palco da violência da polícia contra professores e trabalhadores de outras categorias, recebeu desta vez a alegria vinda de crianças, do samba, do teatro e do diálogo no ato político-cultural chamado pela CUT Brasília. O objetivo da ação foi denunciar à sociedade a política contra trabalhadores que Rodrigo Rollemberg vem tentando implementar no DF e pedir apoio à atual luta dos servidores.
IMG_0442“Estamos o Eixão, que é um lugar de lazer, para denunciar o calote e a truculência do governo Rollemberg. E estamos faze comunidade conheça e se aproprie da nossa pauta e entenda os riscos que traz o governo Rollemberg ao serviço público. Ele já determinou o aumento de impostos, da passagem de ônibus e de taxas de espaços públicos, como a Água Mineral e o zoológico, para superar uma suposta crise econômica”, explica o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, que é professor da rede pública de ensino do DF.
Além de dirigentes sindicais e trabalhadores de diversas categorias, participou da ação a deputada federal Erika Kokay (PT-DF). “Governar significa arcar com aquilo que ele (Rodrigo Rollemberg) mesmo reconhece como débito do GDF com os servidores; é arcar com o que é lei. Não são botas e baionetas que vão dar a última palavra”, discursou a parlamentar em referência à resistência do governador do DF em pagar o reajuste que deve ao funcionalismo, conforme está em lei, e à forma de tratar assuntos trabalhistas como caso de polícia.
A vice-presidenta da CUT Brasília, Meg Magalhães, uma das professoras que foi ferida e presa pela PM no ato da categoria do dia 28 de outubro, confessou que o sentimento sobre o “massacre dos professores”, como denomina ela, ainda é de “indignação”. “Esse é um sentimento que jamais enterraremos. O governador queria desmoralizar o Sinpro e a CUT, mas o tiro saiu pela culatra. Dois dias depois do massacre, mais de 10 mil professores, com o apoio de outras categorias, se reuniram em assembleia e fortaleceram o movimento grevista. Apesar de tudo que passamos, de toda humilhação, de toda exposição, de toda violência, valeu a pena. Conseguimos, de certa forma, impor um certo recuo ao governo, ainda que a nova proposta seja totalmente inaceitável”, reflete a dirigente sindical.
IMG_0422De acordo com o secretário de Finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto, o movimento instalado no Distrito Federal contra a política neoliberal de Rodrigo Rollemberg tem como único objetivo a defesa dos direitos da classe trabalhadora e, por isso, conta com o apoio irrestrito da Central. “A CUT é autônoma, independente e a nossa luta é a luta em defesa da classe trabalhadora. Por isso, estamos contra o governo Rollemberg, assim como estaríamos contra qualquer outro que desrespeitasse a classe trabalhadora. A prova disso é que, no governo passado, a CUT apoiou firmemente a greve de mais de 60 dias dos próprios professores; foi quando garantimos essa lei que concede o reajuste para o funcionalismo local”, avalia o sindicalista CUTista.
Mais calote
De acordo com o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, 13 categorias do funcionalismo local estão em greve. Entre elas, os professores, servidores do Detran, médicos, assistentes sociais e servidores da Novacap. O movimento poderá ser fortalecido pelos trabalhadores terceirizados que prestam serviço em órgão públicos do GDF, como escolas e hospitais. Eles, novamente, correm o risco de não terem o pagamento do salário e dos benefícios.
“Todo mês é essa agonia. O GDF não faz o pagamento das empresas, as empresas dizem que não têm de onde tirar, o banco não faz mais empréstimo e a gente é que leva o prejuízo”, denuncia a dirigente da CUT Brasília e do Sindiserviços, Selene Siman, trabalhadora terceirizada que presta serviço para o GDF.
Ela conta que a data de pagamento do salário e de benefícios dos terceirizados é esta segunda-feira (9). No total, de acordo com a dirigente sindical, cerca de 30 mil trabalhadores terceirizados prestam serviço em órgãos públicos do GDF.
Próximas assembleias
Dia 9/11, segunda-feira
Professores (em greve)
DER (em greve)
Dia 10/11, terça-feira
Agentes penitenciários (estado de greve)
Novacap (em greve)
Dia 17/11, terça-feira
Carreira de auditoria tributária
Fonte: CUT Brasília
Fotos: ECOM

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