De olho nos votos da bancada ruralista, Temer anistia dívidas do agronegócio

Não foi surpresa alguma, quando o ilegítimo Temer decidiu anistiar a dívida do agronegócio na véspera da votação da denúncia que o acusa de corrupção passiva, afinal a Bancada Ruralista conta com 210 deputados federais.
A Medida Provisória (MP) 793, publicada nesta terça (1º), já batizada de MP do Funrural, oferece condições privilegiadas para os grandes empresários rurais que deixaram de pagar o INSS e têm imensas dívidas. A determinação permite que os ruralistas devedores liquidem a conta com descontos que vão de 60% a 95%. Por exemplo, débitos acima de R$ 1 milhão devem ser reduzidos em 65%.
Enquanto Temer justifica que, por não ter dinheiro em caixa, precisa reformar a Previdência, privatizar, cortar investimentos sociais, congelar gastos, retirar direitos trabalhistas, para assim garantir o pagamento de juros da dívida pública aos bancos, o golpista deixa de cobrar uma verdadeira fortuna dos financiadores do golpe.
Dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional mostram que pouco mais de quatro mil proprietários de terra devem R$ 906 bilhões. Se for pela média, dá mais de R$ 50 milhões por devedor. De acordo com dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), um grupo ainda mais seleto, de 729 proprietários, declara possuir 4.057 imóveis rurais, somando uma dívida de R$ 200 bilhões. Ao todo, proprietários de terra devem quase R$ 1 trilhão à União.
O presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, repudia mais essa medida perpetrada pelo golpismo. “Todos os dias somos surpreendidos pelas novas ações desse governo ilegítimo que se empenha em prejudicar a classe trabalhadora e as camadas mais pobres da sociedade, enquanto beneficia, absurdamente, os capitais financeiro, empresarial e agrário. Tais ações só reforçam nossa unidade na luta e vontade de enfrentamento, precisamos dar um basta em tantos desmando e abusos”, conclama.