De olho em 22, gabinete do ódio atua para retirar de Bolsonaro a culpa pelas mais de 100 mil mortes
Ao contrário do que apregoa o gabinete do ódio instalado no Palácio do Planalto e seus seguidores, que tentam culpar prefeitos, governadores e até o Supremo Tribunal Federal (STF) pela tragédia sanitária que vem ceifando dezenas de milhares de vidas de brasileiros, a grande responsável pela evolução da pandemia de Covid-19 no País é a necropolítica do governo federal.
BOLSONARO SABOTA ISOLAMENTO PARA ATENDER INVESTIDORES
Bolsonaro é culpado pelas mortes por causa de uma profusão de ações deliberadas para piorar a situação da crise sanitária. Dentre muitas atitudes para sabotar o isolamento, ele não investiu o dinheiro público na compra de testes, respiradores e demais equipamentos necessários ao combate à pandemia.
Tentou impedir várias vezes a ajuda emergencial aos trabalhadores que tinham de cumprir o isolamento social. Aprovou medida provisória que concedia ao patronato o direito de reduzir salários e demitir em massa durante a pandemia. Não fortaleceu as ações do Sistema Único de Saúde (SUS). Em todas as oportunidades, minimizou a gravidade da pandemia.
Desqualificou e contrariou as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), provocando aglomerações e deixando de usar máscara ou manter distanciamento social em agendas públicas. Após divulgar, em 7/7, ter recebido diagnóstico positivo para a Covid-19, manteve-se isolado no Palácio da Alvorada e seguiu propagandeando efeitos curativos da cloroquina, contrariando respeitados estudos nacionais e internacionais que questionam sua eficácia.
Em 12 de março, o que parecia ser uma situação sob controle, com o Ministério da Saúde adotando medidas para a contenção do vírus apenas dois dias depois de a OMS anunciá-lo como uma pandemia, a Pasta voltou atrás por pressão direta de Jair Bolsonaro e removeu do site todas as orientações sobre a quarentena. O MS voltou atrás, no dia seguinte, 13/3, na decisão de cancelar grandes eventos, deixando a medida apenas para áreas com transmissão local. A reviravolta, dada pouca atenção na época, marcou um ponto de virada no tratamento da crise pelo governo federal.
CORTINA DE FUMAÇA PARA “PASSAR A BOIADA”
Diferentemente de todos os presidentes de países do mundo, o próprio Bolsonaro foi às ruas sem máscara, convocar as pessoas a voltarem ao trabalho. Não deu um minuto de sossego. Convocou e mobilizou seus seguidores a participarem de diversas manifestações sem máscaras contra a ordem democrática do País. Sabotou o isolamento social de todas as formas possível e atrapalhou a atuação de todos os governadores, incluindo aí com retenção de verbas públicas para estados e municípios. Todos os dias, sem descanso, prejudicou o isolamento social e minimizou a tragédia sanitária que assola o Brasil.
Ele e sua equipe de ministros assumiram uma posição negacionista para usar pandemia para instalar o caos e “passar a boiada” nos bens públicos do Brasil, privatizando patrimônios nacionais, extinguindo direitos sociais e trabalhistas, invadindo Terras Indígenas (TI), queimando a Amazônia, assassinado lideranças indígenas e comunitárias, destruindo, em todos os setores, conquistas sociais. Ele usou a pandemia como cortina de fumaça para ninguém ver o fracasso generalizado de sua política econômica para banqueiros.
Para aprofundar e manter o caos por mais tempo possível, mudou o comando do Ministério da Saúde, líder tradicional em questões de saúde pública, para a Casa Civil, lidereada pelo general do Exército, Walter Souza Braga Netto. As mudanças foram impostas para fortalecer a tese de Bolsonaro de que a prioridade era “salvar a economia”. Ele não arredou o pé da posição, apesar “das críticas nacionais e internacionais ao tratamento da crise e do número de mortos em uma bola de neve”. A Reuters fez uma radiografia fidedigna da sucessão de erros cometidos pelo governo Bolsonaro que resultou na morte, em apenas 5 meses, de mais de 100 mil pessoas de Covid-19.
A agência afirma que, desde o primeiro registro de óbito, em 17 de março, o Brasil tem tido 14 óbitos por hora, em média. “O fracasso do governo Bolsonaro no combate à pandemia é chocante se comparar sua gestão da crise do novo coronavírus com as respostas eficientes de governos anteriores no combate à malária, ao zika e ao HIV. Segundo Albert Ko, professor da Escola de Saúde Pública de Yale, com décadas de experiência no Brasil, o sistema de saúde do país representava um sopro de luz para a população, mas “ver tudo se desintegrar tão rapidamente é muito triste”.
BOICOTE LEVA BRASIL A MILHARES DE MORTES
A sucessão de erros propositais do presidente Bolsonaro para atender a banqueiros e investidores levou o Brasil a chegar, no meio-dia desta quarta-feira (12), com mais um recorde diário de mortes por Covid-19. O País conta, segundo o último levantamento, feito ao meio-dia, com 103.421 óbitos registrados e 3.123.109 diagnósticos de Covid-19, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.
No Distrito Federal, de ontem para hoje, 53 pessoas faleceram da doença. Com isso, o número de falecimentos chega a 1.815, sendo 1.652 de moradores do Distrito Federal (DF) e 163 de pacientes de outras unidades da Federação. As previsões são de que, se o governo Jair Bolsonaro não iniciar uma atuação responsável no combate à pandemia, o Brasil vai chegar a duzentas mil mortes no fim da primeira semana de dezembro.
Ainda assim, diante de tantas provas da má-gestão e até sabotagem no tratamento da pandemia, o público eleitor de Bolsonaro não reconhece seus erros e começam, nas rede sociais, por meio do gabinete do ódio, a culpar governadores, prefeitos e o STF pela péssima administração da pandemia do Presidente. É bom lembrar que, graças ao STF, prefeitos e governadores, o Brasil ainda não chegou às duzentas mil mortes em 5 meses de pandemia.
MÁ-FÉ DO GABINETE DO ÓDIO PARA GANHAR ELEIÇÃO EM 2022
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