CUT pede sanção do projeto que rebatiza Ponte Costa e Silva

CUT encaminha ofício ao governador Rodrigo Rollemberg pedindo a sanção do projeto de lei que muda o nome da Ponte Costa e Silva para Ponte Honestino Guimarães. O documento, enviado nesta terça-feira (7), reafirma a posição da Central de valorização da democracia e de seus representantes, o que exclui qualquer referência à ditadura.
O PL 130/15, de autoria do Deputado Ricardo Vale (PT), foi aprovado na terça (30), na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Foram 14 votos a favor, 5 abstenções e 5 ausências. A CUT sempre apoiou a renomeação da ponte com homenagem a um dos maiores símbolos brasilienses do combate à ditadura.
Em novembro de 2012, representantes da Central e do movimento social afixaram o nome de Honestino Guimarães nas placas que indicam o acesso à ponte e esticaram duas grandes faixas com os dizeres: “Honestino vive!” e “Honestino Guimarães, símbolo de liberdade”.
O Secretário Geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, explica a importância da alteração: “Consideramos este tipo de ação extremamente importante e é mais uma forma de não deixarmos que as mortes feitas pela ditadura caiam no esquecimento, em meio às tantas lutas diárias vividas pelos trabalhadores e trabalhadoras desse país”.
Para o PL virar lei, o que falta é o governador sancionar o projeto, concretizando a alteração.
Quem foi Honestino
Nascido em Itaberaí, pequena cidade no interior de Goiás, Honestino rumou à Brasília com a família aos 13 anos, em 1960, onde escreveu uma história de luta pela democracia e resistência em tempos de tirania. Em 1967, o então estudante da Universidade de Brasília (UnB) foi preso, mesmo assim, se elegeu presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília (FEUB). Em agosto de 1968, forças do exército e polícia política invadiram a UnB para cumprir mandados de prisão contra lideranças estudantis. Honestino foi arrancado da sede da FEUB e ficou preso até novembro.
Ainda em 1968, como punição por ter liderado a expulsão de um falso professor da UnB, foi desligado da universidade. Preso duas vezes pela liderança no movimento estudantil, Honestino continuou coordenando encontros por sua incansável luta contra o regime militar, e foi obrigado a viver cinco anos na clandestinidade até ser preso no Rio de Janeiro, em 1973, quando “desapareceu” nas mãos dos algozes da ditadura. Sua morte só foi reconhecida oficialmente em 1996.