CUT fortalece acampamento pela pauta dos trabalhadores

Os dirigentes e militantes da CUT estão há dois dias acampados em frente ao Congresso e reivindicam que o Legislativo deixe de lado os retrocessos colocados pelos setores golpistas e destranque a pauta de interesse dos trabalhadores. Estão acampados lá mais de 300 CUTistas. Delegações de diversos estados estão a caminho do planalto para engrossar o acampamento.
IMG-20151119-WA0019A presença dos trabalhadores CUTistas, porém, “parece estar incomodando o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha”, informa o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues. O parlamentar prometeu se pronunciar nesta quinta (19) sobre o acampamento CUTista em área de responsabilidade do Congresso, porém o ofício da CUT ainda não foi respondido.
Não bastasse isso, o presidente da Câmara fez declaração no plenário, sem apresentar qualquer comprovação, que receberia supostos relatórios policiais dando conta de uma IMG-20151119-WA0011suposta apreensão de drogas no acampamento da CUT durante a madrugada. Rodrigo Rodrigues, dirigente da CUT Brasília e um dos coordenadores do acampamento, diz ser uma afirmação mentirosa, sem base em qualquer fato real, já que a polícia entrou na área uma vez e apenas para passar o cordão de isolamento entre os acampamentos da CUT, dos golpistas e militaristas.
A CUT se movimenta para questionar judicialmente a inverdade divulgada por Eduardo Cunha, que procura inverter a ausência de
medidas da Câmara contra dois fatos reais: a apreensão de armamentos letais e de uso em ações de choque e os flagrantes de disparos de pistolas durante manifestação das mulheres negras por parte de ativistas pró-golpe militar que estão instalados nos outros acampamentos.
IMG-20151119-WA0010O presidente da CNTTL, confederação nacional dos rodoviários, Paula João Eustásia, considera “lamentável o tratamento desigual dado aos
outros acampamentos que reivindicam o impeachment e golpe militar e que estão com autorização (de Eduardo Cunha e do Governo de Brasília) para ocupar os espaços, enquanto nós trabalhadores não temos o mesmo acolhimento”.
O acampamento da CUT, montado na última quarta-feira (18), ficará por tempo indeterminado.  “Estamos aqui e permaneceremos até que o Congresso resolva sua crise política interna e encaminhe aquilo que é de interesse dos trabalhadores”, pontua o dirigente.
Tudo ou nada
Ou resolve Cunha, ou resolve Renan. Se a Câmara não se pronunciar sobre a presença dos acampamentos e uma possível desocupação da área, Renan Calheiros, presidente do Senado, afirma que irá mandar revistar as barracas a procura de armas e realocar os manifestantes em outro lugar distante do Congresso. “Nós esperamos fazer isso em um prazo máximo de três, quatro dias”, afirma o senador. Logo no início da última semana de novembro, devemos chegar a um desfecho sobre as autorizações dos acampamentos.