CUT e movimentos de mulheres cobram na PGR punição a ataques sexistas
Representantes da CUT, de outras centrais sindicais e dos movimentos sociais de mulheres pedem respeito à presidente Dilma Rousseff e a todas as brasileiras. A presidente em exercício da CUT, Carmen Foro, a secretária de Mulheres Trabalhadoras da Central, Rosane da Silva, e dirigentes de várias entidades estiveram em audiência com o procurador geral da República, Rodrigo Janot, nesta quinta (9), para cobrar providências em relação aos adesivos com ofensas sexuais à presidente, exigindo punição aos responsáveis pela criação e comercialização por meio da internet dos itens que agridem, na verdade, todas as mulheres. Um documento das Centrais Sindicais e dos movimentos sociais que solicita apuração dos fatos foi entregue ao procurador, o qual se comprometeu a levar o caso ao Ministério Público Federal.
Compareceram também à audiência na Procuradoria Geral da República, em Brasília, além das dirigentes da CUT Nacional, Alessandra Luna, secretária de Mulheres Trabalhadoras da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag); Neila Duarte, da União Geral dos Trabalhadores (UGT); Maria Auxiliadora dos Santos, da Força Sindical; Sônia Maria, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST); Sâmara Nunes, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Jolúzia Batista, da Articulação das Mulheres Brasileiras (AMB) e representantes dos movimentos Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB).
Carmen Foro afirmou que as Centrais e movimentos sociais vão solicitar um encontro com a presidente da República para prestar solidariedade em meio aos ataques sofridos por ela. “Como a presidenta Dilma está no foco de toda essa violência, mesmo que todas nós possamos sofrer violência, como mulheres brasileiras precisamos prestar solidariedade a maior autoridade deste país”.
Rosane da Silva reafirmou sua posição e da CUT é contra apologia à violência. “Nós sabemos que vivemos em um país machista e patriarcal, mas não vamos aceitar nenhuma violência contra qualquer mulher deste pais, inclusive contra a nossa presidenta. Todos podem ter discordâncias de seu governo, mas não aceitaremos nenhuma pratica de violência”, disse.
Alessandra Lunas afirma que não é a primeira vez que ofensas explícitas à presidente são publicadas. “Desde março, algumas charges desrespeitosas estiveram circulando inclusive em jornais de grande responsabilidade neste país. Infelizmente são práticas que, ao nosso entender, vêm incitando a violência. Mais do que punir esses fatos, precisamos ter uma legislação mais rígida em relação a isso. Não dá para admitir que não se tenha um crivo um pouco mais responsável sobre o que a comunicação do Brasil coloca para acesso de qualquer pessoa, em especial na internet”, contou.
Rosane Silva e Neila Duarte foram veementes no protesto contra a venda e uso dos adesivos que afetam o direito de todos os brasileiros. Segundo elas, as centrais cobrarão retorno do Ministério Público. “Vamos continuar cobrando uma atuação da Procuradoria, no sentido de acompanhar, e do MP, no sentido de investigar e punir”, disse Rosane. “Precisamos punir este tipo de atitude para evitar novos acontecimentos”, completou Neila.
Veja o documento entregue à PGR