CUT articula apoios anti PL 4330 e reforça ato desta terça (7)

Movimentos sindical, social e toda a classe trabalhadora estão convocados a comparecer ao anexo II da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (7), às 13h. Chamado pela CUT e outras centrais comprometidas com a defesa dos direitos trabalhistas, o ato tem o objetivo de pressionar os parlamentares a rejeitarem o PL 4330, cuja votação pode ir para plenário a partir das 16h.
Na parte da manhã desta terça (7), militantes receberão os deputados e senadores no aeroporto de Brasília para distribuir o material intitulado “Terceirização e Desenvolvimento: Uma conta que não fecha”, desenvolvido pela CUT e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos-Dieese. O impresso aborda os riscos da aprovação do projeto, que incluem a terceirização da atividade-fim (a principal e essencial de uma empresa), a alteração da representação sindical (que a torna quase exclusiva do patronato) e a legalização das subcontratações em cadeia, sem limites, que precarizam as condições de trabalho, retiram direitos conquistados pela classe trabalhadora, aumentam a rotatividade e a carga horária, reduzindo os salários, entre outros pontos.
Trabalhadores contra o PL 4330
Na última segunda-feira (6) o secretário-geral da Presidência da República, Miguel Rosseto (foto), reuniu-se com representantes das três centrais sindicais (CUT, CTB e Intersindical) que não fecharam acordo sobre o PL 4330 em reunião na Câmara dos Deputados no dia 31, e da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho-ANPT, também contrária ao projeto. Apesar de afirmar que o governo não pode emitir uma opinião concreta à respeito nesse momento, Rosseto sinalizou que a subcontratação indiscriminada não seria benéfica nem para os trabalhadores nem para as contas públicas. “Com a precarização dos direitos trabalhistas e o aumento da rotatividade, o poder de compra da população vai reduzir consideravelmente. Isso em tempos de ajuste fiscal, é um desastre para as contas públicas!”, frisou o presidente da ANPT Carlos Eduardo de Azevedo.
“Nós estamos em uma situação delicada. Existe um cenário complicadíssimo que só piorou com a desunião das centrais sindicais, visto que quatro delas (Força, Nova Central, UGT e CSB) aceitaram um projeto que para nós é inegociável do início ao fim. Nessa confusão, fica difícil as pessoas compreenderem o que está por trás disso. Sabemos que as centrais que aceitaram o projeto de lei não estão interessadas na defesa da classe trabalhadora, mas em interesses políticos e econômicos por trás disso”, explica a dirigente da CUT, Maria das Graças Costa.
Antes e depois da reunião no Palácio do Planalto, dirigentes da CUT visitaram parlamentares de vários partidos para mostrar a posição contrária ao PL 4330 e articular apoios para barrar o nocivo projeto que reforma a legislação trabalhista e rouba direitos da classe trabalhadora.
“Vimos que existe uma movimentação empresarial não só no Congresso, mas também nas ruas para a aprovação desse projeto, que para nós representa um enorme retrocesso em direitos conquistados. Ao longo dos últimos dias, nós temos visitado as assessorias dos parlamentares e levado o dossiê contra o PL 4330, mas é importantíssimo que toda a classe trabalhadora se movimente ainda mais no dia da votação para que possamos esclarecer os parlamentares sobre esse projeto e pressionar para que não passe”, reafirmou Maria das Graças.