Curso analisa o papel das plataformas digitais nas lutas políticas e sociais

Qual o papel das plataformas digitais nas atuais lutas políticas e sociais? Esse e outros questionamentos o DiraCom – Direito à Comunicação e Democracia propõe debater em seu primeiro curso presencial, intitulado “Plataformas e Democracia: quando o Capital dá o tom e os Algoritmos, o compasso”, realizado em parceria com o projeto de Obscom-Plataformas, do Observatório de Economia e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe (OBSCOM-UFS), com financiamento da FAPESP.

O curso será realizado entre os dias 17 e 19 de novembro, no auditório do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, em Brasília (DF). As inscrições são gratuitas e devem ser feitas previamente, pois as vagas são limitadas. Aberto a qualquer pessoa que se interessar, o evento tem como público-alvo especialmente jornalistas, militantes de movimentos sociais e sindicais, integrantes de organizações da sociedade civil, estudantes e pesquisadores/as. Serão emitidos certificados de participação no curso.

A programação será aberta, no dia 17, com o painel “A disputa política em meio à plataformização da vida”. No sábado, 18, serão discutidos os seguintes temas: “Plataformas e sistemas algorítmicos: água no moinho da extrema direita” e “O cenário internacional da regulação de plataformas”. Também haverá momento dedicado ao diálogo coletivo sobre os impactos das questões abordadas nas mesas no cotidiano das organizações e da população em geral. No domingo, 19, caminhos possíveis para a afirmação de direitos serão discutidos. Em um primeiro momento, “Brasil: regulação: amarras, desafios e saídas”, depois “Rupturas e recriação: caminhos para a soberania tecnológica”.

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As grandes plataformas digitais são atores políticos e econômicos de extrema relevância no cenário atual, cujos interesses incidem diretamente na configuração das relações entre os países e nas lutas políticas e sociais locais. As constantes interferências desses grupos em processos eleitorais e no debate público, como visto, no Brasil, por ocasião da discussão sobre o Projeto de Lei 2630, ilustram seus impactos para as democracias. Diante disso, o curso tem por objetivo oferecer uma discussão atualizada sobre poder e comunicação, considerando antigos e novos desafios, como a configuração de monopólios e a operação opaca a partir de algoritmos, que viabilizam novas formas de exercício de poder.

Essa situação tem gerado proposições de regras e outras saídas que levem à reconfiguração da internet, com vistas à democratização de fato das tecnologias e ao aproveitamento de seu potencial pelos mais diversos setores. Trata-se de uma agenda atual que consideramos importante ser debatida entre jornalistas, acadêmicos e militantes de movimentos sociais e sindicais para fortalecer as lutas relacionadas aos direitos humanos e à democracia, no cenário atual de digitalização do espaço público.

O curso “Plataformas e Democracia: quando o Capital dá o tom e os Algoritmos, o compasso” propõe também discutir práticas de comunicação, considerando limites e possibilidades de intervenção política nas mídias digitais, detalhar a regulação das plataformas na América Latina e na União Europeia, bem como refletir sobre as relações transversais com outros temas, entre os quais o trabalho no jornalismo, a produção de tecnologias comunitárias e o ativismo digital.

 

PROGRAMAÇÃO

 

DIA 1 – 17 DE NOVEMBRO DE 2023

18h30 – Abertura e saudações

19h30-21h30 – A disputa política em meio à plataformização da vida

Ementa: As mudanças atuais nas dinâmicas de comunicação fazem parte de uma transformação mais geral do capitalismo. Diante dessa transformação, qual lugar o Brasil ocupa nesse cenário marcado pela desigualdade? Como algoritmos opacos incidem sobre a constituição de formas de poder? Diante desse cenário, como tratar os impasses para as organizações e movimentos sociais engajados na disputa política?

César Bolaño (UFS)

Helena Martins (DiraCom/UFC/UFS)

Rodolfo Avelino (Insper / Coletivo Digital)

Janelson Ferreira (MST)

Moderação: Lizely Borges (DiraCom)

 

DIA 2 – 18 DE NOVEMBRO DE 2023

9h às 12h – Plataformas e sistemas algorítmicos: água no moinho da extrema direita

Ementa: Discutir o funcionamento das plataformas digitais, com ênfase sobre a formação dos seus modelos de negócios baseados na extração, processamento e tratamento de dados pessoais e comportamentais. Como esse modelo de negócios configura uma afinidade eletiva com os interesses da extrema direita? Aprofundar a análise sobre a dinâmica dos sistemas algorítmicos na moderação de contas e conteúdos e sua relação com incentivos à produção e distribuição de conteúdos violentos. Refletir sobre o impacto do cenário atual da internet para a intervenção política, sobretudo de mulheres negras, setor da população mais atacado nas redes.

Alexandre Arns Gonzales (DiraCom/UnB)

João Guilherme Santos (INCT.CC/Democracia em Xeque)

Talíria Petrone (Deputada Federal) (a confirmar)

Moderação: Marcos Urupá (DiraCom)

12h30 às 14h – Almoço

14h às 15:45 – Dinâmica: Como esse cenário afeta cada espaço de atuação?

Mediação: DiraCom e Jubileu Sul

16h15 às 18h – O cenário internacional da regulação de plataformas digitais

Ementa:Abordar o estado atual do debate internacional sobre regulação das plataformas digitais, considerando a geopolítica e como as diferentes perspectivas se expressam em problemas associados a conteúdos desinformativos, remuneração de jornalistas e de outros produtores/as e concorrência. Dar ênfase nas regulações propostas na América Latina e na União Europeia; e nas formas de mobilização da sociedade com vistas ao enfrentamento às grandes plataformas digitais.

Gustavo Gomez (Observacom-URU) (online)

Elsa Silva (Universidade do Minho) (online)

Luciano Mazza (Ministério de Relações Exteriores)

Bruna Martins (Global Coalition for Tech Justice) (online)

Moderação: Pedro Rafael Vilela (DiraCom)

 

DIA 3 – 19 DE NOVEMBRO DE 2023

9h às 11h30 – Brasil: regulação, amarras, desafios e saídas

Ementa: Discutir o estado atual do debate regulatório das plataformas digitais no Brasil, a partir da disputa política em torno do PL 2630, bem como agendas que ainda não ganharam centralidade no debate público, como medidas para a garantia da concorrência e da soberania popular. Discutir o arranjo regulatório no Brasil. O intuito é mapear pautas que devam integrar um programa popular para as comunicações, observando o que está e não está posto.

Orlando Silva (Deputado Federal)

Paulo Rená (Coalizão de Direitos na Rede)

Renata Mielli (Comitê Gestor da Internet)

Bia Barbosa (DiraCom)

Secretaria de Políticas Digitais (SPDIGI)

Moderação: Murilo Ramos (UnB e Obscom-Plataformas/UFS)

11h30 às 14h – Almoço

14h às 15:30 – Rupturas e recriações: caminhos para a soberania tecnológica

Ementa: Considerando a necessidade de repensar a internet, analisaremos como as plataformas digitais se tornaram os principais atores da rede e discutiremos como construir condições para exercício de uma soberania popular digital, tendo em vista o papel do Estado e da sociedade civil.

Jonas Valente (online)

Gabriel Simeone (Núcleo de Tecnologia do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST)

Bruna Zanolli (Rhizomatica)

Juce Rocha (Jubileu Sul)

Mediação: DiraCom

15h30 – Outras saídas coletivas

Mediação: DiraCom

16h30 – Avaliação conjunta do curso e encerramento

 

LOCAL DO EVENTO

 Auditório do Sindicato dos Jornalistas do DF – ed. City Offices Jornalista Carlos Castello Br – SIG Quadra 2 Lotes 420/430/440, Asa Norte, Brasília – Distrito Federal