Conferência aprova plano de lutas em defesa do emprego e dos direitos

A plenária final da 19ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada neste domingo 30 em São Paulo, aprovou a estratégia e a Campanha Nacional em Defesa do Emprego e dos Direitos, que prioriza a negociação nas mesas temáticas com a Fenaban (saúde no trabalho, assédio moral, igualdade de oportunidades e segurança bancária) e estabelece planos de lutas em defesa do emprego, dos bancos públicos, dos direitos conquistados pela categoria e da democracia.
Os 603 delegados presentes, dos quais 67 da base da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) também definiram que o Comando Nacional dos Bancários apresentará um termo de compromisso à Fenaban para que nenhum banco adote unilateralmente qualquer medida da reforma trabalhista do governo Temer que retira direito dos trabalhadores e praticamente acaba com a CLT.
O reajuste salarial da categoria em setembro será de 1% acima da inflação, como prevê o acordo de dois anos assinado após a campanha do ano passado.
“Aprovamos um plano de lutas e a estratégia da campanha deste ano para defender o emprego e nossos direitos ameaçados, mas isso de nada adiantará se não houver engajamento e mobilização da categoria para pressionar os bancos”, avalia Eduardo Araújo, presidente do Sindicato, que esteve na Conferência.
Nenhum direito a menos
Os bancários conquistaram com a greve de 2011 a constituição das quatro mesas bipartites, que vêm se reunindo desde então, mas com poucos avanços. A 19ª Conferência definiu como estratégia priorizar e acelerar as negociações, alternadamente, nessas quatro mesas temáticas em agosto e setembro.
Os delegados e delegadas da Conferência também definiram que a defesa do emprego e dos direitos conquistados pela categoria serão as prioridades da campanha deste ano. E delegaram ao Comando Nacional a entrega de um documento político à Fenaban para reivindicar que os bancos respeitem a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, o que implica em os bancos se absterem de implementar as medidas das reformas trabalhistas que se chocam com a CCT, como a terceirização sem limites, a prevalência do negociado sobre o legislado, o contrato de trabalho individual, almoço de 30 minutos, jornada de 12hx36h, parcelamento de férias em três períodos, negociação individual para quem ganha acima de R$ 11 mil, contrato intermitente de trabalho etc..
A 19ª Conferência também definiu plano de lutas em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da democracia, seriamente ameaçados pelas contrarreformas de Temer, e a participação dos bancários nas mobilizações e calendário de lutas das centrais sindicais, da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo.
Aprovou ainda um plano de luta em defesa dos bancos públicos, o que implica na construção de fóruns, eventos e articulações políticas no sentido de dar visibilidade e ampliar essa luta e fortalecer as atividades da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos.
Por fim, os 603 delegados que participaram da Conferência aprovaram outro plano de lutas, em defesa do movimento sindical, seriamente ameaçado pela contrarreforma trabalhista do governo Temer, e anteciparam o calendário de preparação da campanha nacional de 2018.