Comemorado neste domingo (19), Dia da Cultura Digital discute escola do futuro

Neste domingo (19), o Distrito Federal comemora o Dia da Cultura Digital. A data é uma conquista da categoria que consta do Calendário Escolar e é uma oportunidade para ensejar uma reflexão sobre a “escola do futuro”.
O Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação – EAPE em alusão a esta data promove a Roda de Conversa, intitulada “Cultura digital na SEEDF – palestras, oficinas e exposição de dissertações, teses, livros e vídeos”, a ser realizada na quarta-feira (22/8), entre 14h e 17h, na Biblioteca EAPE, na SGAS 907 Sul.
A Roda de Conversa terá participação especial dos servidores da SEEDF, mestres e doutores, que desenvolveram em suas pesquisas a temática cultura digital – tecnologia e a participação é aberta a toda a categoria, porém, a inscrição deverá ser feita antecipadamente e confirmada porque as vagas são limitadas. A diretoria colegiada do Sinpro-DF convida a todos e todas para o evento e alerta para o fato de que a “escola do futuro” já está batendo à porta da rede pública de ensino do Distrito Federal.
“Essa escola poderá ser menos humana e mais tecnicista, caso as reformas privatistas em curso não forem objeto de ampla discussão. A categoria, os estudantes e a comunidade escolar deve fazer parte em todos os níveis dessa discussão. A escola do futuro não pode ser subserviente, resultante das reformas neoliberais que têm transformado tudo em mercadoria, sobretudo, a educação”, lembra Cláudio Antunes, diretor de Imprensa do Sinpro-DF.
Ele explica que a data “é uma conquista da categoria para colocar o tema das novas tecnologias na pauta de discussão porque, a depender dos avanços das políticas neoliberais, no futuro, o Governo do Distrito Federal (GDF) poderá substituir professores por mediadores (tutores) e isso significa um grande prejuízo”, afirma o diretor.
Ele diz que “se não nos colocarmos agora nessa discussão sobre a escola do futuro, veremos uma redução drástica do número de professores e o crescimento do número de tutores. O exemplo disso é a seleção dos Assistentes de Educação, realizada em maio deste ano, com a possibilidade para o governo Rollemberg contratar mão de obra precária para ocuparem as salas de aula. Por isso a data é importante para discutir como será a escola do futuro”, alerta.
Confira a seguir o artigo da professora Geusiane Miranda de Oliveira Tocantins
Cultura digital é tema de pesquisa acadêmica
O tema da cultura digital é tão novo, ambíguo e profundo que a professora da Secretaria de Estado da Educação (SEEDF), Geusiane Miranda de Oliveira Tocantins, dedicou-se a estudá-lo. No mestrado, ela fez uma pesquisa que apontou como ocorre a apropriação de tecnologias de informação e comunicação (TIC) por professores, a partir de suas práticas educativas no âmbito da estrutura digital dentro da escola.
“Agora, no doutorado, estou pesquisando os usos e apropriações dessas tecnologias a partir da perspectiva dos professores, crianças e adolescentes para compreender como essas apropriações ocorrem na vida cotidiana e entender como esses sujeitos da educação, a comunidade escolar, tem se apropriado e como ocorre o dialogar com essa cultura digital”, explica.
No estudo, ela faz uma abordagem do ponto de vista das apropriações que se fazem das tecnologias digitais, no âmbito da cultura digital. Geusiane diz que a cultura digital está aí e que todos estão imersos nela.
E acrescenta: “O meu olhar e a pesquisa buscam formas de apropriações dessas tecnologias dentro da cultura digital, procurando compreender as relações entre as tecnologias digitais e a educação. Qual a relação da cultura digital com a escola do futuro? A gente vê, nesse processo de apropriação dessas tecnologias, e, quando digo tecnologias digitais a internet está incluída, não só numa perspectiva instrumental, como ferramenta, mas também numa dimensão social porque as tecnologias têm grande influência na dimensão social”.
Ela diz ainda que esse processo de apropriação é complexo e é lento por parte dos sujeitos da educação. “No mestrado, observamos que esse processo de apropriação de tecnologias acontece, primeiramente, no âmbito pessoal dos professores, e, depois, ele é expandido para a prática educativa. Porém, a apropriação pessoal não representa necessariamente a apropriação profissional, ressaltando a importância da participação dos professores em cursos de formação continuada que abordam aspectos teórico-metodológicos das tecnologias na educação”, esclarece.
A tese de doutoramento em andamento, “tem suas bases na metodologia da educação comparada com caráter intergeracional, e está prevista para ser apresentada no primeiro semestre de 2019”, informa. A Professora Geusiane que tem publicações a respeito deste tema também na UFG e na Scielo será uma das palestrantes na Roda de Conversa Cultura Digital na SEEDF, nesta quarta-feira na biblioteca EAPE a partir das 14h.