Comemoração do aniversário da Petrobrás foi realizada nas ruas com muita luta

A FUP e seus sindicatos estiveram presentes no ato nacional convocado para Curitiba, no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mantido preso político desde abril de 2018.

O ato na capital paranaense foi simbólico para os petroleiros e petroleiras, que reconhecem a importância de Lula na história da Petrobrás. O ex-presidente foi o principal responsável pelos investimentos que fortaleceram a empresa e possibilitaram a descoberta do pré-sal.

“Com este ato chamamos a atenção da sociedade para dizer o quanto é importante ter empresas públicas fortes para os brasileiros e para um país em desenvolvimento como o Brasil”, afirma o Coordenador da FUP, José Maria Rangel, explicando que a mobilização também servirá para alertar a população sobre os impactos das privatizações que estão sendo conduzidas pelo governo Bolsonaro.

“Não estamos falando só de desemprego nas estatais e, sim, em toda a cadeira produtiva, além de riscos de acidentes e piora na prestação dos serviços, pois as empresas privadas só visam o lucro, e a alta nos preços. Hoje, o brasileiro já paga caro pelos combustíveis, nossa gasolina é a segunda mais cara do mundo porque a política de preços é gerenciada pelo mercado internacional”, alerta José Maria.

“As universidades públicas no país são disputadas porque têm qualidade. Nos Estados Unidos, os Correios são públicos porque eles entendem que este sistema tem que estar na mão do Estado. Fora tudo isso, qual o banco que financia sua casa? A Caixa. Qual o banco que financia a agricultura? O Banco do Brasil. Qual é o banco que financia a infraestrutura? O BNDES. Você percebe o quanto as empresas públicas são importantes para o Brasil e para os brasileiros?”, questiona o coordenador da FUP.

Atos no Rio e em outras capitais

Além de Curitiba, o aniversário da Petrobrás mobilizou trabalhadores, estudantes e movimentos sociais em outras capitais do país, chamados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que integram o Comitê Nacional em Defesa da Soberania. No Rio de Janeiro, a mobilização ocorreu em frente às sedes da Petrobrás e Eletrobrás. Houve atos em São Paulo, Salvador, Vitória e Belo Horizonte.

Paralisação nacional da educação

Nos dias 2 e 3 de outubro, houve também uma grande paralisação contra o desmonte da educação em diversas instituições federais. A mobilização integrou a agenda de lutas contra as privatizações e fizeram parte do calendário de greves convocadas por profissionais de educação e estudantes.

No manifesto “O Brasil é do povo brasileiro! Vamos às ruas em defesa da soberania nacional e da educação”, UNE, UBES, CNTE e outras entidades de educação se somaram aos petroleiros e demais trabalhadores de empresas estatais na defesa da soberania nacional.

“As riquezas do povo brasileiro estão ameaçadas. Bolsonaro, Guedes e sua turma querem entregar tudo de mão beijada ao capital estrangeiro: as empresas públicas, a Amazônia, nossa produção científica e tecnológica. O governo já anunciou que pretende privatizar tudo que puder: os Correios, a Casa da Moeda, a Eletrobras, o Serpro e a Dataprev. A maior empresa do país, a Petrobrás, também está ameaçada, assim como a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. Caso nossas empresas deixem de ser públicas, para onde vai o lucro do pré-sal, que deveria ser investido em saúde e educação? Quem vai financiar a juros baixos a moradia popular para os mais pobres? E o plantio e colheita dos agricultores, que colocam comida na mesa do povo brasileiro? O que sobrará das universidades públicas, caso tenham que buscar capital privado para financiar a pesquisa científica do país? E o que será de nossa juventude e de nosso futuro sem as universidades públicas?”, alerta o manifesto.