Com violência policial, GDF expulsa moradores de área no CCBB em plena pandemia

Na manhã da segunda-feira, 5, agentes do DF Legal (Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística) e da Polícia Militar deram sequência ao desalojamento de 34 famílias que moravam em barracos próximos ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), a pouco mais de 1 km do Palácio do Planalto. Houve resistência dos moradores e moradoras e de apoiadores.

As ações de desocupação começaram em 22 de março. Uma liminar expedida dia 25 as interrompeu, proibindo que o GDF realizasse qualquer ato de desocupação, despejo ou remoção no local, enquanto dure a pandemia da Covid-19. Porém, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, autorizou a retirada das famílias em decisão tomada no sábado, 2 de abril.

Antes mesmo de a decisão ser publicada, a polícia e o DF Legal se dirigiram ao terreno para efetuar a expulsão das famílias. Na quarta-feira, 7, quatro militantes que estavam na ocupação em apoio aos moradores foram detidos pela polícia quando tentavam impedir a derrubada da Escola do Cerrado, que funcionava no local.

Segundo apurado pela reportagem do jornal Correio Braziliense, famílias de catadores de materiais recicláveis vivem naquela ocupação há mais de 14 anos. A situação de moradia precária se agrava pelo momento de profunda crise e desemprego, resultado da política econômica do Governo Federal e da má gestão da pandemia da Covid-19. Diante desse cenário, que amplia o número de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade, o GDF não apresenta alternativas, políticas sociais, nem medidas emergenciais para amenizar o sofrimento da população mais pobre.

O Sinpro-DF se solidariza com as famílias dos catadores e catadoras que vivem na ocupação CCBB, e se soma às vozes de indignação perante a crueldade contida na derrubada de moradias num momento delicado como o que vivemos.