Com um governo autoritário e conservador, políticas de prevenção e tratamento ao HIV/Aids podem estar ameaçadas

O Brasil, apesar de muitos problemas relacionados à saúde, é reconhecido internacionalmente pela UNAIDS – programa das Nações Unidas  que ajuda países no controle da epidemia – como referência no combate ao HIV/Aids.
Exemplo disso é que o Brasil oferece medicação aos infectados e investe todos os anos em campanhas de prevenção. De acordo com relatório do Ministério da Saúde, em 2017 houve um investimento de R$ 1,1 bilhão com medicação e tratamento de pacientes diagnosticados com a doença. Além do montante destinado ao tratamento, um dos eixos da luta prevê a distribuição de preservativos gratuitamente, tratamento pós-exposição entre outros.
Entretanto, em uma corrida eleitoral marcada por Fake News e afirmações polêmicas de candidatos, pode indicar um eventual governo indiferente às questões essenciais da saúde pública.
Além das diversas falas machistas, misóginas e homofóbicas que permeiam o discurso do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), mais uma afirmação tem gerado preocupação. Em entrevista antiga, cedida a um extinto programa de TV, Bolsonaro afirmou que o Estado não deve custear os medicamentos antirretrovirais e a distribuição de camisinhas; “Não é problema meu. Uma pessoa que vive na vida mundana depois vai querer cobrar do poder público um tratamento que é caro. ”
Milhares de pessoas que dependem desse tratamento têm sérios motivos para se preocupar, tendo em vista que todos estão sujeitos a contrair o vírus HIV, uma vez que a doença não escolhe cor de pele, idade, gênero ou ou orientação sexual. Com essas afirmações Bolsonaro mostra sua desinformação sobre a doença, reforçando os estigmas e tabus relacionados com a enfermidade.
Para a diretoria do Sinpro/DF é inaceitável que um problema de saúde pública esteja baseado em opiniões pessoais excludentes carregadas de preconceitos.  Tapar os olhos para o  problema seria aumentar consideravelmente a transmissão e levar a epidemia a níveis incontroláveis. Todos devem ter direitos e acesso ao tratamento digno e de qualidade, pois é dever do governo garantir políticas públicas de saúde para todos e todas.
 

HIV/Aids no Brasil

 
O HIV/AIDS é  a sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Segundo o UNAIDS 77,3 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV desde o início da epidemia e 35,4 milhões  morreram por causas relacionadas à AIDS. Sendo que o preconceito é uma das principais barreiras para que os infectados não procurem tratamento.
Em 2017, 36,9 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com HIV, enquanto que 21,7 milhões tiveram acesso à terapia antirretroviral.
Em 1° de dezembro é celebrado o Dia Mundial da Luta Contra AIDS e que acontece um esforço mundial para conscientização do combate à doença. Todos os anos, o Sinpro em parceria com Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) participa ativamente das atividades mostrando aos trabalhadores e trabalhadoras a necessidade desta luta.
 

SERVIÇO

 

Como ocorre a infecção?

O HIV, vírus da aids, pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno. Ou seja, pode beijar, abraçar, dar carinho e compartilhar do mesmo espaço físico sem ter medo de pegar o vírus.

Assim pega:

– Através de relações sexuais (anal, vaginal e oral) sem o uso do preservativo, caso o seu parceiro esteja contaminado.
– Através da troca de sangue.Se você recebe por exemplo, transfusão de sangue ou de derivados do sangue contaminados. Ou se vocês partilha agulhas e seringas contaminadas (no uso de drogas injetáveis, por exemplo)
– Instrumentos que furam ou cortam, que não estejam esterilizados
– Da mãe infectada para seu bebê durante a gestação, o parto e a amamentação .

Assim não pega:

– Através de ações comuns da vida cotidiana
– Através do beijo na boca, beijos e caricias.
– Alimentação, pratos, talheres, copos e outros objetos
– Pelo ar, tosse, espirro, suor, lagrima ou saliva
– Vestuário
– Assento de ônibus
– Aperto de mão ou abraço
– Contato com animais domésticos
– Picada de inseto
– Vasos sanitários, banheiros, chuveiros, piscinas
– Doação de sangue, em centros de coleta confiáveis.
Para realizar o diagnóstico é necessário fazer o exame em qualquer hospital ou centros de apoio e aconselhamento. Para saber qual o posto de saúde mais próximo da sua casa ou trabalho, ligue 160.