COM MAIS DE 60 MILHÕES SEM ACESSO À COMIDA, BRASIL VOLTA AO MAPA DA FOME, DIZ FAO

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou, nessa quarta-feira (6), um levantamento em que o Brasil aparece de volta ao Mapa da Fome com 61 milhões enfrentam dificuldades para conseguir comida.

Na avaliação de Daniel Balaban, diretor do Programa de Alimentos da ONU no Brasil, a situação começou a piorar muito antes da pandemia da covid-19. “A pandemia não é a maior culpada pelo Brasil estar de volta a esses números extremamente altos de pessoas com fome. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Essa população precisa do apoio de políticas públicas para ser incluída na cidadania, incluída na sociedade. Fazer com que as pessoas possam produzir, possam participar, colocar pequenos negócios, possam ter hoje uma formação educacional diferenciada, uma formação profissional diferenciada”.

Em 2015, o Brasil tinha conseguido sair da classificação, que representa uma situação grave. Mas pelos números divulgados agora, desde 2018, o País está de volta ao Mapa da Fome. Segundo a classificação da entidade, um país entra no Mapa quando 2,5% da população enfrenta falta crônica de alimentos. O Brasil atingiu a fome crônica em 2022 com 4,1% da população sem acesso à comida.

Rafael Zavala, outro representante da FAO no Brasil, afirma que é preciso o governo federal investir nas políticas públicas que solucionavam e combatiam a fome na década passada, quando o Brasil saiu do Mapa da Fome. “A fome é uma tarefa de todos, mas também temos de gerar um esquema de diminuir riscos. Como? Se as políticas públicas estão dirigidas a fomentar a criação de empregos remunerados que gerem renda para as famílias, uma grande tarefa é investir para criar empregos e gerar estabilidade econômica na sociedade”.

O documento mostra que o número de pessoas que lidaram com algum tipo de insegurança alimentar foi de 61,3 milhões, número alarmante considerando que a população brasileira é estimada em 213,3 milhões.

 

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