Coletivo da Juventude debate cenário político do País

“É preciso ter esperança. O verbo esperançar quer dizer ir atrás, construir, não desistir e juntar-se com outros para fazer de outro modo”. Ao mencionar o pensamento do educador Paulo Freire, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação/CNTE, Heleno Araújo, abriu a reunião do Coletivo da Juventude, nesta segunda-feira (23), em Brasília. Cerca de 20 representantes das entidades afiliadas da CNTE debatem o cenário sociopolítico do país e realizam a eleição da coordenação do Departamento da Juventude da Confederação.
Na pauta da manhã, Heleno Araújo apresentou a análise de conjuntura, com cenários que incidem sobre a atuação e mobilização dos jovens. De acordo com ele, o país foi tomado por onda conservadora contra a escola inclusiva e emancipadora. A educação estaria sob ataque dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e da mídia. Fragilidades presentes na avaliação da educação básica, reformas do Ensino Médio, mudanças na composição do Conselho Nacional de Educação/CNE, gestão do Ministério da Educação pelo DEM, reformas trabalhistas e da previdência e a privatização das empresas públicas estão entre os principais desafios impostos pelo governo golpista.
“Precisamos manter viva a esperança. Trabalhar com a resistência e animar as bases. Apresentar as consequências das desigualdades impostas pela concentração de renda, do aumento de municípios com baixo índice de desenvolvimento humano e dos impactos da alta taxa de desemprego, de 27,3%, entre jovens de 18 a 24 anos”, explica Araújo. O presidente da CNTE convidou os participantes a sensibilizarem os educadores dos estados e municípios para se inserirem nas próximas ações de resistência, como a do dia 25 de outubro, de mobilização pela saída de Michel Temer da presidência, e a coleta de assinaturas contra a reforma trabalhista, que serão entregues no próximo dia 10 de novembro.
A apresentação, que também teve a participação da secretária geral Fátima Silva, foi seguida de debate conduzido pelo coordenador do Coletivo da Juventude, Carlos Guimarães. O período da tarde será dedicado à discussão acerca dos resultados dos trabalhos de 2016, das propostas tiradas do II Encontro Nacional da Juventude da CNTE e da reunião anterior do coletivo. Também será realizada a eleição da coordenação do Departamento da Juventude.