CNTE participa de reunião sobre a mercantilização e privatização da educação

O enfrentamento ao processo mundial de mercantilização e privatização que precariza a educação pública é um dos principais eixos de trabalho que a Internacional da Educação (IE) estabeleceu em seu último Congresso Mundial, em Ottawa/Canadá em 2015. “Devemos criar uma rede solidária contra a privatização da educação. Essa rede tem que atuar em todos os continentes com campanhas que deem uma resposta global a esse processo nefasto que fragiliza a educação dos povos”. Essa fala foi feita pelo diretor mundial de privatização e mercantilização da educação da Internacional da Educação (IE) e ex-presidente do sindicato dos educadores australianos União Educação (AEU), Angelo Gavrielatos, durante um seminário internacional sobre o tema, em setembro de 2015.
Assim, nos dias 4 e 5 de abril, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) participa de uma reunião realizada pela Internacional da Educação para América Latina (IEAL) para apresentação dos planos de trabalho dos países da região. Juntamente com a CONTEE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino) e o PROIFES-Federação (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), entidades brasileiras também filiadas à IE (Internacional da Educação), a CNTE está desenvolvendo ações articuladas para confrontar essa investida neoliberal e fortalecer a educação pública de qualidade no Brasil.
Em sua saudação inicial aos participantes, a professora Fátima Silva, Secretária de Relações Internacionais da CNTE e Vice-Presidenta da IEAL, lembrou que as entidades presentes estão comprometidas com esse processo e tem feito investimentos efetivos para desenvolver estratégias de enfrentamento à mercantilização e privatização da educação, e que dessa reunião de trabalho deverão resultar novas propostas de ação e cooperação para o continente, além da apresentação dos planos de trabalho de cada país.
A CNTE defende que o setor privado precisa ser regulado, e que os recursos públicos precisam ser destinados somente para a educação pública, nesse sentido expôs o contexto da pesquisa “Mercantilização da Educação” que está realizando para embasar as ações de enfrentamento no Brasil. Pela entidade falaram o professor Gilmar Soares Ferreira, Secretário de Formação, Iva Cristina Sant’Ana do DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e os doutores da UnB, professores Evilásio Salvador e Samuel Lima. “A pesquisa aponta que a educação brasileira está num processo de privatização avançado. Do ponto de vista da própria configuração do Congresso Nacional, em que pese todos os parlamentares defenderem a escola pública, o direcionamento das matérias e a atuação dos mesmos, principalmente aqueles de centro e de direita, apontam para a privatização do ensino. Temos que aprofundar nossa luta e as disputas nos governos estaduais e municipais para, através de políticas públicas, garantir que os recursos orçamentários sejam aplicados diretamente na educação pública.”, avaliou o professor Gilmar.
A reunião em São Paulo conta com a participação dos diretores da CNTE: Fátima Silva, Marta Vanelli e Gilmar Soares Ferreira. Também há representantes da CONTEE e PROIFES e estão presentes quatro países além do Brasil: Colômbia (ASPU e FECODE), Costa Rica (IEAL e OLPE), Chile (CPC) e Argentina (CONADU e CETERA).