CNTE mostra conquistas dos funcionários da educação em Congresso da IE
A delegação da CNTE participou de painel sobre condições de trabalho dos funcionários da educação nesta quinta-feira,23/7, no 7º Congresso mundial da Internacional da Educação (IE). Cerca de 150 educadores trocaram experiências e relataram as condições de trabalho desses profissionais em seus países. A constatação é que Brasil é o pais onde há mais reconhecimento aos funcionários de escola.
O representante do NZEI Te Riu Roa, sindicato dos profissionais da educação da Nova Zelândia, Paul Golther, fez um relato desanimador: os profissionais de apoio educativo recebem salários equivalentes ou menores queum salário mínimo, que são determinados pela direção administrativa de cada escola, pois a gestão é descentralizada. Não têm incentivo à formação, não há perspectiva de carreira e sequer são representados em mesas de negociação salarial. Essa realidade se reflete em outros países e o ponto comum é a falta de reconhecimento desses profissionais como fundamentais no processo de aprendizagem “São profissionais invisíveis dentro da escola”,lamenta Golther.
Lorretta Johnson, da Federação Americana de Professores, AFT, disse o desafio atual é ameaça da terceirização e privatização devido aos cortes orçamentários e ajustes que o governo americano está fazendo.
O presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, mostrou que a realidade brasileira é diferente. Iniciou a apresentação dizendo que há 25 anos a categoria dos trabalhadores em educação é unificada no Brasil. “Nós avançamos muito porque temos um conjunto de normas legais que dão suporte a essa concepção, o desafio é que consigamos que estas normas se concretizem. Temos conseguido avanços, com planos de carreira unificados em diversos estados brasileiros e uma política nacional de formação aos funcionários de escola, o Pro-funcionário, que incluiu um conteúdo pedagógico”, comemora.
Leão destacou que a política e terceirização que está presente em diversos países, quebra a unidade “entendemos que todos nós somos todos educadores” enfatiza.
O painel foi acompanhado pela presidente da IE, Susan Hopgood e pelo Secretário Geral, Fren Ven Leuween, que reafirmou o compromisso firmado no 6º Congresso da IE, em 2011, de dar mais visibilidade, defender direitos, melhores condições de trabalho e reconhecimento. Neste sentido, será aprovada uma resolução neste Congresso, que inclui a criação do Dia Internacional do Profissional de Apoio Educativo, com a divulgação de ampla campanha de valorização desses profissionais e sua importante contribuição para uma educação de qualidade.