CNTE define hoje novas mobilizações para barrar as reformas do governo ilegítimo de Temer

Os conselheiros e as conselheiras das entidades filiadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) que participam da reunião do Conselho Nacional de Entidades (CNE), no auditório da APP/Sindicato, em Curitiba (PR), devem deliberar, nesta sexta-feira (12), o novo calendário de mobilizações da classe trabalhadora para derrubar o governo de Michel Temer.
Na quinta-feira à tarde (11), o CNE começou com o debate da conjuntura e da construção das novas pautas do movimento para os próximos meses já a partir da próxima semana, quando começam as ocupações em Brasília devido à tramitação das reformas Trabalhista e da Previdência.
No debate de ontem, participaram o presidente da CNTE, Heleno Araújo Filho, o vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nivaldo Santana, a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jandyra Uehara, e a senadora Fátima Bezerra (PT/RN). Todos realizaram uma análise da conjuntura nacional com foco nas reformas impostas pelo governo de Michel Temer.
Para Heleno Araújo, o grande desafio a partir de agora, quando a população começa a voltar às ruas contra as medidas de retirada de direitos dos trabalhadores, é contar com a participação da base da educação. “Em nossos documentos, repetimos que somos 4,5 milhões de trabalhadores em educação. Temos um potencial pela frente para organizar nossa base que ainda não está nesse processo de enfrentamento por meio dos sindicatos. Não podemos aceitar que ainda tenha trabalhador na base aceitando as medidas desse governo ilegítimo”, observou ele.
A senadora Fátima Bezerra destacou o protagonismo dos trabalhadores em educação na luta em defesa da democracia. “Vejo os professores e profissionais da educação na frente das mobilizações pela clareza histórica e política que estão vivendo e a gravidade do momento, que exige fazer a resistência contra as medidas que afrontam a democracia”, ressaltou.
O vice-presidente da CTB agradeceu a oportunidade de compartilhar as reflexões no âmbito do CNE e lembrou a necessidade de debater a unidade dos movimentos sindicais: “Temos que discutir a tática para a unidade. O trabalho de conscientização do povo precisa ainda de muito chão para ser percorrido. Temos que ter a capacidade política de agregar em um projeto político para avançar.”
Jandyra Uehara usou dados de uma pesquisa de opinião do site Poder360, editado pelo jornalista Fernando Rodrigues, para mostrar que a maioria da população brasileira é contra as reformas da Previdência (66%) e Trabalhista (62%), e que a parcela mais jovem – 55% da população entre 16 a 24 anos – tem mais disposição de participar das mobilizações e das greves para garantir os direitos da classe trabalhadora.
“Isso nos mostra a necessidade de atuar junto à camada mais jovem da sociedade e temos que considerar que não estamos travando uma disputa de curto prazo, que se encerra em 2018. Mesmo que consigamos derrubar esse governo golpista e coloquemos Lula de volta, teremos um grande período para reorganizar o projeto progressista”, alertou Jandyra, acrescentando que os trabalhadores em educação têm uma atuação fundamental nessa luta.
O debate no CNE continua nesta sexta-feira (12). Pela manhã, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 15/2015, que trata do financiamento da Educação Básica com foco no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) permanente é o assunto principal. À tarde, os conselheiros e as conselheiras votam às deliberações da reunião e ao calendário de mobilização para os próximos meses para barrar as reformas do atual governo.