CNTE celebra adesão à semana da educação e chama categoria para unir forças dia 29

A 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, realizada de 22 a 28 de abril em todo o Brasil, marcou um importante momento de resistência contra os processos de privatização e em defesa das escolas públicas.
Guelda Andrade, secretária de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), avalia que o movimento conseguiu dialogar com a sociedade e mostrar a força da categoria, mesmo diante de um cenário desafiador.
“O mais importante foi conscientizar a população sobre os riscos da privatização e reforçar que escola pública não é negócio, é direito”, afirma Guelda. Ela comemora que as mobilizações ocorreram em todo o país, com paralisações, audiências públicas e atos que chamaram atenção para a necessidade de valorização dos profissionais da educação e de gestão democrática nas escolas.
Entre os destaques, estão as fortes adesões no Nordeste, como em Pernambuco, onde 90% das escolas estaduais paralisaram suas atividades, e na Paraíba, com 100% de participação em algumas regiões.
No Centro-Oeste, assembleias discutiram o novo Plano Nacional de Educação e a possibilidade de greves, enquanto no Norte e Sul, ações como aulas públicas, panfletagens e atos em frente às Coordenadorias Regionais de Educação fortaleceram a luta contra a precarização.
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Pressão sobre os profissionais e resistência – Guelda ressalta que os educadores têm enfrentado pressões constantes, como assédio moral, restrições à organização sindical e cobranças excessivas.
“Apesar disso, a categoria mostrou que está disposta a lutar. O movimento deixou claro que, mesmo com todas as dificuldades, os profissionais da educação estão dispostos a lutar”, afirma.
Ela também critica a falta de gestão democrática nas escolas, que, segundo ela, impede a participação efetiva dos trabalhadores nas decisões e prejudica a qualidade do ensino. “Sem democracia nas escolas, não há valorização real dos profissionais nem avanço na educação pública”, diz.
Dia 29 de abril de 2025: união com os servidores públicos – Guelda também comentou a importância da paralisação nacional dos servidores públicos marcada para 29 de abril, em Brasília. Para ela, a mobilização é uma oportunidade de fortalecer as pautas da educação e pressionar por políticas públicas que garantam melhores condições de trabalho e o cumprimento do piso salarial.
“A redução da jornada sem corte de salários, uma das bandeiras da CUT, é essencial para os professores, que estão sobrecarregados. Além disso, a taxação de grandes fortunas e a isenção do IR para quem ganha até cinco mil reais são medidas que beneficiariam diretamente os trabalhadores da educação”, explica.
Guelda reforça que a mobilização do dia 29 é uma resposta à desvalorização dos servidores e ao avanço de políticas que precarizam os serviços públicos. “É fundamental nossa participação na marcha de amanhã [29 de abril de 2025] pela taxação dos super-ricos e pela isenção para quem ganha até 5 mil reais. Essa luta beneficia diretamente os trabalhadores da educação, que sofrem com baixos salários e más condições de trabalho”, finaliza.
Fonte: CNTE