CNTE aponta coletivos educacionais em estados e municípios como peça chave no diálogo com as bases

Nesta terça-feira (12), o Coletivo Educacional da CNTE enfatizou a importância do diálogo com as bases para fortalecer a luta. Desde segunda-feira, 11, o evento reuniu dirigentes de entidades da educação filiadas de todo o país, em Brasília, para debater estratégias de mobilização para defesa e aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE). Para a secretária de Assuntos Educacionais da Confederação e coordenadora do Coletivo, Guelda Andrade, a estratégia pode começar com a construção de coletivos educacionais próprios em cada organização.

“Chamo a atenção para isso, pois nós precisamos criar um canal de diálogo. Eles (movimentos políticos de direita) estão se articulando e nós estamos ficando para trás. Precisamos ter consciência e compreender o processo das contradições que existem, tanto do nosso lado quanto do deles. Temos que ter as habilidades e sabedoria de saber como vamos dialogar com a nossa base para isso, proponho um coletivo para podermos dialogar, construir e nos fortalecermos coletivamente como grupo, a partir das nossas defesas”, considerou Guelda.

Além disso, ela chamou atenção para a forma que a categoria demanda suas políticas ao poder público, de modo para que as ações feitas não gerem prejuízos maiores. “Se aqueles que estamos cobrando saem do caminho, não temos dimensão de quem vem ocupar o lugar. O que está ruim, pode ficar muito pior. Então, temos que ter muita cautela na forma que vamos cobrá-los”, relatou.

“Se não fortalecermos o discurso, a gente enfraquece. Temos que ter dimensão disso… Os problemas e os desafios nós já sabemos onde estão postos, agora, precisamos olhar e pensar o que é possível ser feito para reverter o quadro”, completou.

 

Políticas educacionais 

Fátima Silva, secretária geral da CNTE, aproveitou para reforçar o posicionamento contrário da Confederação a respeito de políticas que aguardam votação no Congresso Nacional, como o Projeto de Lei 3.035/2020, que institui a política para Educação Especial e Inclusiva para atendimento às pessoas com Transtorno Mental, Transtorno do Espectro Autista (TEA), deficiência intelectual e Deficiências Múltiplas.

“A nossa política de inclusão é a que foi construída em 2008. Se ela tem problemas, nós vamos resolvê-los no âmbito do que o Estado não forneceu… Mas não vamos deixar que, em função dos problemas, os oportunistas do mercado e a onda conservadora ganhem o processo pedagógico e educacional”, salientou.

 

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Sobre o Projeto de Lei n.º 5.230/2023, que altera o Novo Ensino Médio, frisou sobre a Confederação ser contrária apenas ao substitutivo do deputado relator Mendonça Filho (União–PE).

“Não é aquilo que nós queríamos, mas foi o que conseguimos. Temos que nos juntar com aquilo que nos traz menos prejuízos e que tenha mais possibilidade de nos salvar, como profissionais, e salvar os milhões de jovens e adolescentes que foram jogados ao atraso na vida acadêmica e profissional”, explicou.

 

Estratégias de luta 

Seguindo a programação, os dirigentes sindicais presentes no evento dedicaram-se a uma análise estratégica sobre o calendário de mobilização da CNTE. A partir das avaliações coletivas, os grupos apontaram sugestões de como as atividades poderiam ser desenvolvidas entre nas bases, escolas e nas comunidades escolares.

Entre os principais desafios apontados no fim do evento, foram reforçados:

I- Até o dia 25 de março, criar os Coletivos Educacionais nos estados e municípios para fortalecer a mobilização;

II- Estabelecer parceria com a secretarias de comunicação das entidades para divulgação de ações;

III- Promover o lançamento da revista ‘Retratos da Escola’ nos sindicatos e nas escolas;

IV- Construir um calendário com as datas para reuniões de alinhamentos entre os membros do Coletivo Educacional Nacional; e

V- Criar articulação com a comunicação dos sindicatos para intensificar a Marcha da Classe Trabalhadora, em 22 de maio.